O Encontro na Itália precedido por um Congresso Teológico
Pastoral, é católico e teve a presença de Bento XVI. O Congresso em Espanha
teve, sobretudo, um conteúdo científico e prático a que aderiram grupos
diversos, oriundos de diversas partes do mundo.
Mais uma vez, aconteceu o encontro do Papa com as famílias
em Milão, iniciativa criada por João Paulo II. Nestes encontros, o Papa tem
reforçado com segurança os valores fundamentais, inalienáveis, da família
diante das ameaças que hoje pairam sobre ela.
Na Carta às Famílias, de 1994, disse João Paulo II: “Nos
nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito
poderosos parecem apostar na desagregação da família. Às vezes, até parece que
se procura, por todas as formas, apresentar como “regulares” e atraentes, os
seus programas conferindo-lhes externas aparências de fascínio, tratando-se no
entanto de situações que, de facto, são “irregulares” e, sem sombra de dúvida,
aberrantes. (CF 13).
Na mesma Carta, n.º 13, lê-se: “No contexto da civilização
do desfrutamento, a mulher pode tornar- -se para o homem um objeto, o filho um
obstáculo para os pais, a família uma instituição embaraçosa para a liberdade
dos membros que a compõem”.
Em 1997, no final do Congresso Teológico-Pastoral da
Família, realizado no Rio de Janeiro, com a presença de João Paulo II, surgiu
um documento conclusivo denominado “Carta do Rio de Janeiro”, em que se
sintetiza: “A Família está sob a mira de ataque de muitas nações. Uma ideologia
antifamília promovida por processos antidemocráticos (1.1); uma guerra
sustentada a nível nacional e internacional”.
Na última década, em conferências das Nações Unidas, têm
sido vistas várias tentativas para “desconstruir” a família, de forma que o
sentido de “casamento”, “família” e “maternidade” é agora contestado (1.2).
Apesar de tudo isso, a família, fundada e vivificada pelo
amor, é uma comunidade de pessoas: do homem e da mulher, esposos, dos pais e
dos filhos, dos parentes. O seu primeiro objetivo é o de viver fielmente a
realidade da comunhão com o empenho constante de desenvolver uma autêntica
comunidade familiar. O princípio interior, a força permanente e a meta final de
tal objetivo é o amor.
Assim, nas relações mútuas, família, amor, pessoa, qual
destes elementos deveria constituir o início lógico de qualquer reflexão? Ou
será que nos encontra-mos numa espécie de movimento circular, sem um claro
ponto de partida?
Na realidade, é indiferente começar por um ou por outro dos
elementos, uma vez que sempre seremos conduzidos até aos outros dois. A pessoa
define-se pelo amor que é o seu início e o seu fim. A família é o âmbito
próprio do amor e das pessoas, uma vez que representa o elemento indispensável
que completa a tríade de que nos vimos ocupando.
É por demais evidente que o homem, qualquer que seja a sua
atividade intelectual ou social, encontra o seu pleno desenvolvimento, a sua
realização integral, na família. É aqui que se joga, mais que em qualquer outro
campo da vida, o seu destino.
A família natural, enquanto comunhão íntima de vida e de
amor, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher, constitui “o
lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade”, o “berço da vida e do
amor”. Por isso, a família é justamente designada como a primeira sociedade
natural, “uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas,
como protótipo de todo o ordenamento social” (Mensagem de Bento XVI, 2008).
A Família é realmente o alicerce e o baluarte do futuro, a
fonte emergente de todos os valores humanos, “o manancial da humanidade do qual
brotam as melhores energias criadoras do tecido social” (João Paulo II).
Diário do Minho
6-09-2012
Maria Helena Marques – Professora do Ensino Secundário
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