quarta-feira, 14 de maio de 2014

A paz se deve construir aqui

A paz se deve construir aqui

Entrevista com Frei Pierbattista Pizzaballa, atual custódio da Terra Santa



 
 


Recentemente chegaram ameaças à Igreja local, em particular uma carta que foi entregue ao Vicariato Patriarcal de Nazaré. Para o senhor, são episódios isolados, ou é preciso na verdade temer alguma coisa?

Temer não. O medo e o temor não devem absolutamente ter espaço. Não são episódios isolados. Agora, assim como existe a preparação para a visita do Papa, as mídias falam com mais ênfase do ocorrido, mas são episódios que duram já algum tempo. Também em Jerusalém houve episódios dos quais a imprensa não falou, porque intencionalmente não quis dar ibope sobretudo à questão do Monte Sião, do Cenáculo, no quarteirão armênio. Resumindo, problemas existem. Assiste-se a uma certa polarização, seja no âmbito hebraico, israelense, seja no âmbito islâmico. Mas são margens extremistas que não representam o grosso da população. O importante é trabalhar muito o âmbito da educação.

O Papa almoçará com algumas famílias cristãs de Belém. O que nos quer dizer esta cena particular, diria única?

Única, mas não é uma novidade. Em Assis fez a mesma coisa. Era previsto um almoço com os bispos. Ele disse: “os bispos eu não quero ver porque os vejo sempre, quero ver um pouco de gente comum”. E a mesma coisa fez aqui em Belém, colocando-nos em dificuldade, porque fazer uma escolha entre as famílias pobres não é simples. Muitos ficarão de fora. Creio que o sinal seja muito claro, a Igreja deve olhar os pobres do Evangelho. Naturalmente isto não basta, mas é um gesto que é também uma indicação para toda a Igreja, sobretudo para esta Igreja local.

Qual efeito causa nos franciscanos encontrar um Papa que se chama Francisco?

Faz um certo efeito, seguramente. Sobretudo no início, quando soubemos da eleição e do nome que escolheu. Perguntávamo-nos se era verdade ou se teríamos escutado mal. Depois com o tempo entramos um pouco nessa dinâmica que é estimulante. O Papa Francisco, que chama os pobres, franciscanos que têm esta responsabilidade, não de existência, mas de partilha, de solidariedade, de olhar este aspecto da vida do Evangelho que é parte integrante do nosso carisma. É um chamado muito forte a não perder o nosso ponto firme, sobretudo para nós aqui na Terra Santa que temos tantas atividades, de todos os gêneros. Porque existe sempre o risco, para todos, também para nós, de se dispersar. O ponto firme é o amor pelos pobres, que significa amor por Cristo. Esquecer disso significa separar espiritualidade e amor por Cristo e se esquecer dos pobres.
 
Recentemente chegaram ameaças à Igreja local, em particular uma carta que foi entregue ao Vicariato Patriarcal de Nazaré. Para o senhor, são episódios isolados, ou é preciso na verdade temer alguma coisa?

Temer não. O medo e o temor não devem absolutamente ter espaço. Não são episódios isolados. Agora, assim como existe a preparação para a visita do Papa, as mídias falam com mais ênfase do ocorrido, mas são episódios que duram já algum tempo. Também em Jerusalém houve episódios dos quais a imprensa não falou, porque intencionalmente não quis dar ibope sobretudo à questão do Monte Sião, do Cenáculo, no quarteirão armênio. Resumindo, problemas existem. Assiste-se a uma certa polarização, seja no âmbito hebraico, israelense, seja no âmbito islâmico. Mas são margens extremistas que não representam o grosso da população. O importante é trabalhar muito o âmbito da educação.

O Papa almoçará com algumas famílias cristãs de Belém. O que nos quer dizer esta cena particular, diria única?

Única, mas não é uma novidade. Em Assis fez a mesma coisa. Era previsto um almoço com os bispos. Ele disse: “os bispos eu não quero ver porque os vejo sempre, quero ver um pouco de gente comum”. E a mesma coisa fez aqui em Belém, colocando-nos em dificuldade, porque fazer uma escolha entre as famílias pobres não é simples. Muitos ficarão de fora. Creio que o sinal seja muito claro, a Igreja deve olhar os pobres do Evangelho. Naturalmente isto não basta, mas é um gesto que é também uma indicação para toda a Igreja, sobretudo para esta Igreja local.

Qual efeito causa nos franciscanos encontrar um Papa que se chama Francisco?

Faz um certo efeito, seguramente. Sobretudo no início, quando soubemos da eleição e do nome que escolheu. Perguntávamo-nos se era verdade ou se teríamos escutado mal. Depois com o tempo entramos um pouco nessa dinâmica que é estimulante. O Papa Francisco, que chama os pobres, franciscanos que têm esta responsabilidade, não de existência, mas de partilha, de solidariedade, de olhar este aspecto da vida do Evangelho que é parte integrante do nosso carisma. É um chamado muito forte a não perder o nosso ponto firme, sobretudo para nós aqui na Terra Santa que temos tantas atividades, de todos os gêneros. Porque existe sempre o risco, para todos, também para nós, de se dispersar. O ponto firme é o amor pelos pobres, que significa amor por Cristo. Esquecer disso significa separar espiritualidade e amor por Cristo e se esquecer dos pobres.    
sources: Aleteia
 

 
 

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