D. Anacleto alerta para a tentação
de nos «colocarmos no lugar de Deus», durante a Eucaristia de Imposição das
Cinzas
Na sua homilia, começou por recordar
a resposta dada pelo Papa Francisco quando, na primeira entrevista que deu
depois da sua eleição, o entrevistador lhe perguntou: «Quem é Jorge Mario
Bergoglio?». A esta pergunta, o Papa respondeu: «sou um pecador para quem Deus
olhou».
O pecado – observou D. Anacleto – é o ser humano «querer colocar-se no lugar de Deus, querer ser como Deus e que os outros o tratem como tal».
Para o combater, disse o Bispo
Diocesano, Mateus apresenta-nos, no seu Evangelho, três meios: a esmola (que
nos coloca em relação com os outros), a oração (que remete para a nossa relação
com Deus), e o jejum (que nos projecta sobre nós próprios). Contudo, para que estes meios sejam eficazes –
acrescentou – é importante que o façamos com a intenção que nos é recomendada
pelo Evangelho. A esmola exige que nos concentremos naqueles que precisam da
nossa ajuda e não em nós próprios. A oração, para ser sincera, não pode ser
apenas para «dar nas vistas», mas supõe que entremos no nosso quarto, no
silêncio, num íntimo tu a tu com
Deus. O jejum, para ser vivido na fidelidade ao Evangelho, também não pode ser
encarado numa perspectiva meramente estética – o que também é saudável – mas
deve ser visto num outro horizonte mais profundo, enquanto capacidade de
renunciar ao que temos em excesso.
No final da celebração, D. Anacleto Oliveira recordou as finalidades da renúncia quaresmal: as obras de recuperação da cela em que viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires nos últimos oito anos de vida (numa dimensão diocesana) e a construção de um edifício na República Democrática do Congo para formação dos candidatos ao sacerdócio (numa dimensão mais universal).
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