Estudo feito por Filipe Alves, hoje jornalista de nomeada para o período de 1992 a 1997, sobre o Berço

 

 

Estudo feito por Filipe Alves, hoje jornalista de

 

nomeada para o período de 1992 a 1997, sobre o 

 

Berço, realizado em 1997

O Berço de N.ª Sr.ª das

 

 

Necessidades: amor e carinho para

 

 

 os que mais precisam

 

O Berço de N.ª Sr.ª das Necessidades, criado pelo C. S. Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima em 1992, é um centro de acolhimento temporário de bébes ou crianças abandonadas e/ou de "alto risco", tendo como missão dar uma família a estas crianças a quem a vida privou de terem um lar. Quando falamos em dar-lhes uma família, falamos em dar, para além do sustento económico, um ambiente de amor e carinho familiar que lhes proporcione um crescimento harmonioso e saudável, ou seja, aquilo que elas certamente não teriam na sua família biológica. As crianças entregues a esta Obra Social da Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima são assim crianças cuja família não possui, por factores diversos, capacidade para lhes dar o referido ambiente saudável. 

A sua origem em termos geográficos é diversa (conforme vemos nos quadros em baixo), assim como são diversas as causas da sua admissão na Obra. São na sua maioria filhos de pessoas desempregadas, de famílias "em risco", ou seja, provenientes de camadas sociais que não lhes dão as garantias mínimas de saúde (física e mental), higiene e educação. 

Muitas destas crianças conseguem encontrar, através da adopção, novos pais e novos irmãos, o que só aconteceu porque um dia foram acolhidos no Berço. Ficou célebre a história dos três irmãos que foram adoptados por um casal suiço, e que pouco tempo depois de irem para a Suiça não se lembravam mais da língua portuguesa! Tiveram a possibilidade de começar uma nova vida, longe daquilo que os fazia sofrer... É isso que se pretende dar a todas as crianças que por lá passam: a chance de começarem uma nova vida, pois a "velha", apesar de breve, não lhes foi nada fácil.

Esta resposta social, localizada na Rua Campos Monteiro, é um lar misto, e tem lotação para 14-16 crianças. Ao serviço destas últimas estão 7 funcionárias permanentes 24h por dia. Durante a noite, as crianças são acompanhadas por uma vigilante em serviço efectivo, para o que der e vier: alimentação, higiene, problemas que possam surgir durante o sono... A Assistente Maternal, Lúcia Lourenço, assume o papel de mãe destas crianças; acompanha a sua educação, saúde e crescimento, providenciando o que é necessário para o seu bem estar. O Berço é uma instituição que, como dissemos, pertence ao C. Social Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima, que é presidido pelo Pe. Artur Coutinho, sendo coadjuvado neste sector pela Eng.ª Natália Castelejo.

É por tudo isto que esta Obra é muito cara para a Paróquia, tanto de sentimento como financeiramente... nada falta às crianças deste centro de acolhimento, ainda que a instituição tenha de recorrer a meios extraordinários de sobrevivência. Mesmo com as verbas concedidas pelo C.R.S.S., e pela generosa Liga dos Amigos do Berço, toda a ajuda é pouca quando se trata de providenciar o melhor para as crianças. 

 

 

Aquilo que no Berço se faz é colmatar as lacunas da nossa sociedade. Seria bom que antes que estas surgissem alguém o evitasse... e isso cabe-nos a todos! Se todos combatêssemos a exclusão social, a pobreza (moral e material), a indiferença e o egoísmo (a maior doença de todos os tempos), instituições destas não teriam necessidade de existir! Quantas destas famílias em estado de desagregação e à beira do abismo moral e material não se encontrariam nesta situação se a Sociedade se preocupasse mais em prevenir do que remediar... se bem que por vezes nem se preocupe em remediar...

Terminamos com uma frase de Mons. Hélder Câmara, prelado brasileiro: "Quando dou pão a um pobre, dizem que sou santo. Quando pergunto porque é que o pobre não tem pão, me chamam de comunista!"
Ajude estas crianças... da melhor maneira que souber e puder!!!