A vida e obra de S. Teotónio foi a fonte de inspiração para, em
Assembleia de Clero, o padre Gonçalo Pereira do Vale deixar o desafio aos padres
da Diocese de Viana do Castelo: “o esforço de aprender a vida comunitária”.
Numa intervenção sobre a figura do primeiro santo português, o
padre Gonçalo Pereira do Vale, pároco de Ganfei, terra de Va- lença que é o
berço de S. Teotónio, no desenvolvimento da temática “vive o que ensinas”
explicou que os “Cônegos Regrantes” (Congregação do Santo) são uma espécie de
“terceira via” entre os padres seculares (diocesanos) e os religiosos de vida
comunitária, dado que “viviam no mosteiro uma vida comunitária, mas voltados
para o exterior” dado o seu carisma de formadores e pregadores. “Não fogem do
mundo, mas ali- mentam-se na comunidade para dar fruto no exterior”, explicou.
Numa altura em que é necessário “refazer o tecido” da acção
pastoral no concreto das comunidades, este olhar para a vida comunitária pode
trazer algumas respostas para as necessidades, quer dos próprios padres, quer
das comunidades por eles servidas.
Este tempo de encontro, que é celebração do Ano da Fé, serviu para
se partilhar algumas iniciativas pontuais de reunião de sacerdotes com diversas
finalidades e proveitos que ajudam sempre à fraternidade de quem serve a mesma
Igreja.
O Bispo Diocesano, tomando a palavra alertou
para a tentação do “individualismo”, recordando a recomendação do Papa, na
visita a Portugal, que convidou a acolher “novas comunidades” que são expressão
concreta da graça de Deus ao serviço da unidade e da comunhão. Esta intervenção
estava em linha com a homilia do Papa que aludiu a “hipocrisias” e “podridão”
no interior da Igreja com o conseqüente risco de separação. Se a Igreja perder
a sua unidade, advertiu, destrói-se.
Na homilia da Eucaristia, onde padres e fiéis leigos puderam beijar
a relíquia de S. Teotónio, acabada de chegar de uma verdadeira volta ao mundo
passando por todas as casas do Crúzios, D. Anacleto Oliveira falou da
“gratuidade” como “uma das expressões mais belas do Reino de Deus que é
desprendimento”.
Dirigindo-se ao seu clero sublinhou que se a gratuidade não estiver
presente naquele que anuncia, então, “o anúncio não tem credibilidade”. E
diante de muitos leigos que celebravam a sua fé enalteceu a generosidade de
muitos que é “um exemplo extraordinário” de “gratuidade” com que se dedicam a
“fazer bem à Igreja e o bem da Igreja”.
Concluiu a homilia pedindo ao Senhor que “mande operários para a
messe”, isto é, “pessoas nas quais Deus realize a sua obra de salvação”.
A próxima Assembleia do Clero está agendada para o próximo dia 14 de
Março, no arciprestado de Vila Nova de Cerveira.
In Notícias de Viana de 21 de Fevereiro
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