sexta-feira, 5 de junho de 2015

Andrea Bocelli revela: “Os médicos queriam que minha mãe abortasse”

Andrea Bocelli revela: “Os médicos queriam que minha mãe abortasse”

 O famoso tenor italiano expressa sua gratidão a Deus em sua nova turnê dedicada a destacar a importância da família

O famoso tenor italiano expressa sua gratidão a Deus em sua nova turnê dedicada a destacar a importância da família

Alfa y Omega
03.06.2015
misa© laurentius87
Andrea Bocelli acabou de estrear sua nova turnê, “O Grande Mistério”, em parceria com o Conselho Pontifício para a Família, para celebrar a beleza da instituição familiar. “Minha família e a música foram essenciais para a minha vida”, reconhece.

Que importância a família teve em sua vida?

Creio firmemente na família e nos valores que ela nos dá. A família é o principal alicerce da sociedade. Os que menosprezam a família evidentemente colocam o “eu” no lugar de Deus, e perderam a memória de tudo o que receberam quando crianças: um tesouro feito de carinho intenso e desinteressado.

Para mim, poder estar junto à minha família, viver a paz da minha casa quando estou livre de compromissos artísticos, é a melhor maneira de investir o meu tempo.

É verdade que sua mãe foi aconselhada a abortar?

Minha mãe, Edi, é uma mulher extraordinária. Entre os muitos ensinamentos que pude receber dela e do meu pai, Sandro, encontram-se: a força, a garra e a capacidade de não me render, que eles mesmos mostraram quando, estando grávida, os médicos aconselharam minha mãe a abortar, porque seu filho nasceria com graves patologias.

Ela ignorou estes imprudentes conselhos e prosseguiu com a gravidez, com o apoio do meu pai. Sem aquele gesto de coragem e fé, eu não estaria aqui para contar isso hoje. E, se eu tornei pública esta vivência privada, foi para oferecer minha pequena contribuição para dar um apoio psicológico e um pouco de esperança a todas aquelas mulheres que, por milhares de motivos, não se sentem com força para defender a vida que carregam em seu útero.

Você imagina sua vida sem sua família, sua esposa, seus filhos?

Seria impossível imaginá-la assim. Minha esposa Verônica é minha companheira, amiga, amante, cúmplice, na alegria e na dor; é meu ponto de referência essencial, que me dá calor, serenidade e unidade. E meus filhos são minha prioridade absoluta, acima de qualquer outro compromisso; são a primeira razão da minha vida. Busco sempre estar perto deles, apesar da minha profissão, e procuro transmitir-lhes meus valores, mais que com palavras, com o exemplo.

Você também se declarou católico em vários momentos. Que importância tem a fé em sua vida?

É um elemento crucial. A fé é um dom, e só posso agradecer pelo fato de tê-lo recebido; um dom que tento conservar e fazer crescer a cada dia. Quando eu era adolescente, segui os princípios morais que minha família havia transmitido, sabendo que seriam suficientes para uma vida serena.

Com o passar dos anos, interrogantes existenciais voltaram e me interpelam: quem nos colocou no mundo? Somos filhos do acaso ou filhos de Deus? É uma questão de crer ou não crer. Eu escolhi o caminho que me parecia mais lógico, aquele que minha inteligência, ainda que limitada, me indicava.

Quem é Deus para você? Como o Andrea Bocelli reza?

Ele é o Pai de todos nós, aquele que sabe tudo, o criador do mundo, aquele que não tem começo e jamais terá fim. Quanto à oração, além do fato de que a música pode ser uma oração extraordinária – Santo Agostinho dizia que “quem canta, reza duas vezes” –, sou um defensor convicto da oração cotidiana.

Como qualquer disciplina, ela requer empenho, constância, sacrifício. Para perseverar na fé, são necessárias práticas muito simples, às vezes aparentemente entediantes. Se a pessoa quer progredir na fé, precisa perseverar na oração.

Qual é sua opinião sobre o Papa Francisco?

O Papa Francisco é um gigante, porque tem a grandeza dos bons e a bondade dos grandes. Ele se entrega ao próximo sem reservas, e isso, para os cristãos, é o mais precioso dos dons. Ele mesmo é um dom de Deus e uma grande fonte de esperança para todos os homens de hoje.

(Juan Luis Vázquez Díaz-Mayordomo)

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