quarta-feira, 23 de setembro de 2015

REFUGIADOS: A EXIGÊNCIA DA FRATERNIDADE

CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA 
Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana 
REFUGIADOS: A EXIGÊNCIA DA FRATERNIDADE 
Nota da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana 






Temos todos conhecimento dos numerosos grupos de pessoas que tentaram atravessar o Mediterrâneo nos últimos tempos (mais de 300 mil desde Janeiro); muitas morreram (mais de 2500 no mesmo período). Vimos imagens. Ouvimos relatos. Imagens que preferíamos não ter visto, relatos que seria melhor não termos escutado. Não podemos dizer que não reparámos. 
Fomos todos sobressaltados com a notícia das 71 pessoas, possivelmente refugiados sírios, que morreram asfixiadas num camião que foi encontrado numa estrada da Áustria. O Papa Francisco recordou-as neste domingo e nós recordamo-las com ele. 
Temos todos notícia dos muros que se multiplicam, das barreiras que levantam, da morosidade em encontrar apoios e soluções consistentes. 
Não se pode esperar mais! 
Vários Bispos de Portugal têm manifestado o sentir da Igreja. 
«Hoje, somos nós chamados a abrir as portas fechadas da Europa» (António Francisco dos Santos, Bispo do Porto). 
«Não podemos ficar mais indiferentes, isto põe à prova toda a identidade, generosidade e solidariedade cristãs» (António Marto, Bispo de Leiria-Fátima) 
«Perante tudo isto, já não bastam discursos, nem continuarmos somente em reuniões e encontros. Creio que é chegada a hora da acção. Acho que é urgente interrogarmo-nos sobre o porquê deste êxodo. Porque tantas pessoas querem deixar os seus países. A resposta terá de ser europeia, sem dúvida nenhuma, mas, porque não dizê-lo, também mundial, porque há muitos problemas ligados a esta situação» (Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana). 
«A dramática situação de tantos milhares de pessoas que demandam a Europa como lugar de paz e de sustento para si e para os seus, arrostando com duríssimas dificuldades para chegar e permanecer no nosso Continente, exige de todos nós a resposta mais humana e capaz» (Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa). 
«Basta de cimeiras para descortinar formas de impedir que os povos da fome se aproximem da nossa casa, apenas para apanharem as migalhas que caem da nossa mesa! Não mais o travar caminho aos que fogem à carnificina horrorosa e bárbara dos que matam em nome de uma fé! [...]

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