domingo, 23 de fevereiro de 2014

Capella de S. João d`Abelheira


Apontamento escrito à mão do século XIX

Capella de S. João d`Abelheira

Fundada em 1300. O ano de 1708 refere-se ao tempo em que se fez algum reparo interior.  É tão antiga que já no tempo de D João I, falecido em 1433, ordenou ao senado da Camara fosse em acto da Camara no dia do Santo dizer na referida Capela uma missa rezada pello capellão do mesmo senado para o que consignou certo e estipêndio. Era costume subir o senado á cortezã montado em lindos cavallos, e mais comitiva girando pelas ruas principais.



Finda a festa tomavam uma refeição nas casas da quinta da Administrador d’esta Capella. Hoje creio que nem uma luz (missa?) se diz  no dia do Santo!

Tem um altar-mor para o qual se entra por uma porta no remate do qual se lê a era de 1708. Dentro ha vestigios d`antiguidades. He antiga a porta que tem a figura de um arco com uma cruz  no topo. Tem um cruzeiro moderno no pequeno terreiro que ha em frente da capella e para o qual se sobem 5 degraus, e fica ao lado do norte.

Na Capella ha uma porta que deita para a Quinta desta Capella foi inteiramente reparada em 1841.

Havia n’esta Capella um carneiro que cobria uma campa de pedra com umas armas que João Coelho de Castro Villas–Boas e Sá, actual possuidor d’esta Capella (….) mandou tirar porque se topava n’ella com os pés.” Estavam na capella-mór.

Outra referência que se refere a esta capela pelo meio da qual passa o limite da freguesia de Santa Maria Maior e Meadela, aparece

São João. — Esta festa celebrava-se, desde 1528, todos os anos por iniciativa camarária, na capela da mesma invocação, situada na Abelheira. Foi instituída para honrar o santo do nome de D. João III, o rei que restituiu os privilégios à Vila, que andavam meio suspensos desde o ano de 1506, altura em que desobedeceram ao monarca, queimando as duas embarcações de trigo, quando se preparavam para levantar ferros do porto desta Vila em direcção a outras partes do Reino. Em 1553 foram corridos, no adro da capela, 6 touros «muito bons». Os moradores desta freguesia estavam obrigados pela Câmara a fazer fogueiras às portas e janelas. O Município participava com bandeira, acompanhada de dois oficiais, que recebiam propinas. No ano de 1605, gastou-se 20.000 rs., «com os nobres que vam acompanhar a bandeira da camara que no dyto dia vay a sam joham, que está na freguesia dabilheira ». Em 1610 foi autorizada a despesa de 10.000 rs.„ « na missa e festa em dia de saom johom baptista dabilheira » 22.

21.   , 22. F.G., 109; C.R., 6, 13; idem, 3, 51; idem, 5, 61; L.A., 1553, 2, 56; idem, 1531, 1, 57; L.R.D., 1587, 45; idem, 1605, 28.

 

Manuel Fernandes Moreira, O Município e os forais de Viana do Castelo-1986

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