terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Foi um dos acontecimentos, histórica e sociologicamente, mais marcantes do século XX.


CONCÍLIO  VATICANO II

 

Foi um dos acontecimentos,   histórica e sociologicamente, mais marcantes do século XX. Continua a ser um episódio praticamente e esquecido da  História.
Mas nunca é demais lembrá-lo, dá-lo a conhecer e refletir sobre ele.

O Concilio Vaticano II mudou a face da Igreja e, não será abusivo dizê-lo, também a face do mundo. Transformou-se a instituição bimilenar - e que capacidade extraordinária de o fazer, considerando a sua dimensão, estrutura e alcance - transformaram-se as relações sociais, religiosas e políticas. Foi providencial a iniciativa do Papa João XXIII que permitiu que a Igreja abrisse uma janela sobre o mundo, deixando entrar a “aragem” proveniente do Espírito, num tempo em que parecia que o próprio tempo se deixava acelerar mais do que o espírito humano conseguia assimilar.

Que pensaria hoje o “Papa Bom” deste mundo, que faz esse outro, o dos anos 60, parecer um pequeno e vagaroso carrossel? Que Igreja sonhou ele, que sociedade idealizou e que pensar, agora, do caminho que ambas acabaram por tomar?

Mas João XXIII não fez mais do que dar as voltas à chave na fechadura, talvez enferrujada pelo sopro dos séculos. Abriu-nos a janela e agora somos nós que temos de fazer deste espaço e desta abertura o que Cristo espera que façamos. Se houve uma convicção forte e universal emanada deste Concilio foi a de que a Igreja é “Povo de Deus”. Todos somos Igreja. Todos somos chamados a construir pontes, a ser reflexo do amor de Deus, a encetar diálogos, até os mais difíceis. Todos somos chamados a saber, a querer saber, a compreender, a participar. É, pois, de esperar que as gerações que conheceram a Igreja pré-conciliar, mais longínqua e “encriptada”, sintam hoje renovadas a abertura e a determinação para dar continuidade a uma reforma que nunca se completa. E que esta Igreja, verdadeira e abertamente de todos e para todos, encontre o caminho para se apresentar aos olhos dos mais novos, gerando neles o entusiasmo pela sua descoberta.

O Concilio Vaticano II ensinou-nos: é possível transformar, retomar a forma mais original - a de Cristo; é possível mudar com o mundo, acompanhá-lo, compreendê-lo, acolhê-lo; é possível fazer desta nossa sociedade - qualquer que seja o seu ritmo - uma sociedade mais amorosa e temente a Deus.

É possível. E para nós, católicos, será, mais do que uma possibilidade, uma obrigação. Dessas obrigações doces e entusiasmantes, que nos preenchem o coração e embalam a alma. Se todos o sentirmos, cada um do seu modo e no seu espaço, será ainda mais forte este “Povo de Deus”, que todos queremos que seja cada vez mais uma Igreja para todos, no mundo. MARIA JOÃO,in Cristo
 Sentido Único
                       

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