CONCÍLIO VATICANO II
Foi um dos acontecimentos, histórica e sociologicamente, mais
marcantes do século XX. Continua a ser um episódio
praticamente e esquecido da História.
Mas nunca é demais lembrá-lo, dá-lo a conhecer e refletir sobre ele.
O Concilio Vaticano II mudou a
face da Igreja e, não será abusivo dizê-lo, também a face do mundo.
Transformou-se a instituição bimilenar - e que capacidade extraordinária de o
fazer, considerando a sua dimensão, estrutura e alcance - transformaram-se as
relações sociais, religiosas e políticas. Foi providencial a iniciativa do Papa
João XXIII que permitiu que a Igreja abrisse uma janela sobre o mundo, deixando
entrar a “aragem” proveniente do Espírito, num tempo em que parecia que o
próprio tempo se deixava acelerar mais do que o espírito humano conseguia
assimilar.
Que pensaria hoje o “Papa Bom”
deste mundo, que faz esse outro, o dos anos 60, parecer um pequeno e vagaroso
carrossel? Que Igreja sonhou ele, que sociedade idealizou e que pensar, agora,
do caminho que ambas acabaram por tomar?
Mas João XXIII não fez mais do
que dar as voltas à chave na fechadura, talvez enferrujada pelo sopro dos
séculos. Abriu-nos a janela e agora somos nós que temos de fazer deste espaço e
desta abertura o que Cristo espera que façamos. Se houve uma convicção forte e
universal emanada deste Concilio foi a de que a Igreja é “Povo de Deus”. Todos
somos Igreja. Todos somos chamados a construir pontes, a ser reflexo do amor de
Deus, a encetar diálogos, até os mais difíceis. Todos somos chamados a saber, a
querer saber, a compreender, a participar. É, pois, de esperar que as gerações
que conheceram a Igreja pré-conciliar, mais longínqua e “encriptada”, sintam
hoje renovadas a abertura e a determinação para dar continuidade a uma reforma
que nunca se completa. E que esta Igreja, verdadeira e abertamente de todos e
para todos, encontre o caminho para se apresentar aos olhos dos mais novos,
gerando neles o entusiasmo pela sua descoberta.
O Concilio Vaticano II
ensinou-nos: é possível transformar, retomar a forma mais original - a de
Cristo; é possível mudar com o mundo, acompanhá-lo, compreendê-lo, acolhê-lo; é
possível fazer desta nossa sociedade - qualquer que seja o seu ritmo - uma
sociedade mais amorosa e temente a Deus.
É possível. E para nós,
católicos, será, mais do que uma possibilidade, uma obrigação. Dessas
obrigações doces e entusiasmantes, que nos preenchem o coração e embalam a
alma. Se todos o sentirmos, cada um do seu modo e no seu espaço, será ainda
mais forte este “Povo de Deus”, que todos queremos que seja cada vez mais uma
Igreja para todos, no mundo. MARIA
JOÃO,in Cristo
Sentido Único
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