O
Papa quer que todos os cristãos unificados contra a indiferença
Bento XVI assinalou o fim da semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
com uma oração ecumênica na Basílica de São Paulo, em Roma, apelando à «colaboração
concreta» para transmitir «a fé ao mundo contemporâneo».
«Na sociedade atual,
parece que a mensagem cristã incide cada vez menos na vida pessoal e
comunitária: isso representa um desafio para todas as Igrejas e comunidades
eclesiais», disse, durante a homilia que proferiu nesta celebração, com a
presença de convidados representantes das comunidades cristãs da capital
italiana.
O Papa alertou ainda para
a necessidade de ultrapassar barreiras como «o ódio, o racismo e a
discriminação religiosa» que estão a prejudicar e dividir «toda a sociedade».
«Hoje há grande
necessidade de reconciliação, de diálogo e de compreensão recíproca, numa
perspetiva não moralista, mas em nome de autenticidade cristã para uma presença
mais incisiva na realidade do nosso tempo», sustentou.
Bento XVI defendeu que as
questões doutrinais que dividem os cristãos devem ser enfrentadas com «coragem,
num espírito de fraternidade e de respeito recíproco».
«A comunhão na mesma fé é
a base para o ecumenismo», sublinhou, acrescentando que, sem essa união, «todo
o movimento ecumênico se reduziria a uma forma de “contrato”, a que se adere
por um interesse comum».
A intervenção papal
lembrou que o início do movimento ecumênico teve como impulso «o escândalo da
divisão» que prejudicava a ação dos missionários e declarou que a comunhão
entre cristãos tem de ser entendida como «caraterística fundamental para um
testemunho ainda mais claro».
O “oitavário pela unidade
da Igreja” começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano
Paul Wattson, presbítero anglicano que mais tarde se converteu ao catolicismo.
As principais divisões
entre comunidades cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso
e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a
cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas ortodoxas); no século XVI, com a
Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra.
Redação/Ecclesia
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