quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Como se chama?


Como se chama?

O Santo do seu nome

 

Não há nada no mundo que nos pertença mais do que o nome que possuímos. Tudo o resto passa, tudo se modifica, a beleza, cargos, situações, empregos, casas, amores, dinheiro, etc… Diz a ditado popular: “troca-me a porta, mas não me troques o nome”.



Quando deixamos de existir é apenas o nosso nome que fica gravado.

Mas afinal, o que é o nome? O nome é a palavra com que se designam, no caso, as pessoas; é a identidade de cada um de nós. O nome tira as pessoas e as coisas do anonimato(Gr1).

O nome é constituído por um prenome e o sobrenome. O prenome será então, o nome particular com que se distingue cada um dos membros da mesma família o nome de baptismo. No caso do sobrenome ou patronímicos serão os nomes dos pais é o nome que designa uma filiação ou uma linhagem de sangue ou de adopção.

O sobrenome, em Portugal, é normalmente composto pelos nomes da mãe e por o do pai (exemplo nome da mãe Maria José de Sá  e o pai João Rodrigues; o filho, naturalmente irá adoptar os dois sobrenomes “Sá” e “Rodrigues”, ficando por exemplo António de Sá Rodrigues).

A onomástica é uma ciência bonita através da qual se estuda a etimologia (origem e formação), a transformação e a classificação dos nomes próprios.

O nome engloba todas as características de uma pessoa, desde a altura em que tem a ver com esse mistério único e singular que é cada criatura. Por isso, no povo de Israel o nome era dado por Deus e era como dar a alguém a vida, colocando a pessoa diante de uma vocação predestinada logo de inicio. A nossa origem está no coração de Deus. Só subsistem os projectos que estão no coração de Deus.

Na mentalidade antiga, o nome de um ser não só o designa como também determina a sua missão. Por exemplo, Emenuel” significa Deus connosco. Foi isso mesmo que Deus quis ao revelar-se e ao dar-se a conhecer, entregando-se ao seu povo. Uma mudança de nome indica uma mudança de destino. (Gn 17.5). Está aqui a explicação da mudança de nome de algumas pessoas quando se dedicam a outro tipo de vida que escolhem por vocação algum dia. A dádiva e o recolhimento a algumas Ordens Religiosas e, até mesmo, o nome do Papa.

Mas. Embora pareça um pouco incrível, o nome tal como hoje se usa, isto é, o nome próprio ou de baptismo ou prenome, acrescido do sobrenome ou patronímico ou nome de família só se usa desde há quatro séculos.

Os romanos usavam o mesmo nome para designar um conjunto pessoas (o gens) com um antepassado varão comum, o que é exactamente uma família.

Até há quatro séculos apenas se usavam um nome a que, por vezes se acrescentava um qualificativo geográfico, social, profissional ou simplesmente físico – como Braga, Velho; carpinteiro, ruivo, etc… A partir do Séc. XVI os sobrenomes passaram a ter transmissão hereditária para o qual se buscava um nome próprio para a celebração do baptismo, entre os nomes de Santos e mártires. Nos dois últimos séculos, depois da Revolução Francesa, assistiu-se a uma maior abertura na escolha de prenomes, até porque muitas pessoas não eram baptizadas.

Com a independência de Portugal e o desenvolvimento da cultura, às Três grandes fontes tradicionais da ciência dos nomes onomástica – (Latina Visigótico e até mesmo a Itália para além de outras modas de proveniência castelhana ou inglesa.

Actualmente, os meios de comunicação de massa, o prestígio de cartas figuras públicas, da política ou das artes, são factores que contribuem poderosamente para a geração de modas.

Assim, os nomes vão obedecendo a essas ditas modas e, mais do que isso, a ciclos, a épocas para, depois mais tarde, entrarem no perfeito desuso. Muitos ficam pelo caminho desaparecem, mas surge outros nunca antes vistos. Apesar de tudo, ainda hoje os nomes de mais larga difusão entre nós continuam a ser os de origem latina(António, Augusto) germânica (Afonso, Luís)ou hebraica (João, José Ana Maria), nomes que têm atrás de si séculos que lhes permite resistirem com vantagem às mais ou menos passageiras “epidemias”.

Podem dizer que a escolha de um nome para um filho é um grande acto de amor. O nome que vai ter é a roupa com que o individuo entra na sociedade, que tanto poderá parecer pronto a vestir, como alta costura.

Nomes estrangeiros são por vezes bonitos. Mas, veja por exemplo Willian Silva, Soraia Rodrigues, Jéssica Sousa…

Muitas vezes, os pais desejam prestar homenagem a algum familiar na selecção do nome para o filho ou a um personagem célebre da História de algum romance ou filme que os sensibilizou. Contudo, ao fazê-lo, devem ser criteriosos, pois esse nome vai servir não para um futuro imediato, mas para toda uma vida. A moda passa, entra em desuso. Não carregue, nem castigue o seu filho com este tipo de nomes.

Uso os nossos, os portugueses mais tradicionais porque esses pelo menos são algo que nos identifica à nossa terra, à nossa cultura, às nossas gentes e com toda a certeza irão persistir np tempo…

Em relação aos nomes, ainda podemos caracterizá-los e ver neles certas curiosidades engraçadas: há nomes que são utilizados tanto como prenome como sobrenomes Exemplo Afonso, Rodrigues ou Rosa Maria Afonso, utilizam-se certos nomes para servir de alcunha alterando-lhes por exemplo, a grafia José passa a Ze, António passa a Tone (maneira mais fácil de chamar as pessoas), ou então o Zé da Horta, a Maria da Meadela, o “Jon” da Maria (classificação dada por certas particularidades), etc… assim como usar o diminutivo, adoçando a maneira como nos dirigimos a essas pessoas,  ex o Toninho, o Joãozinho, etc… Para além disto certas pessoas tomam-se famosas e populares pelos seus actos e feitos, conseguindo e recebendo dos outros a honra de ter certas ruas e caminhos com o seu próprio nome(apenas conhecido na zona – Vulgo sem que constem em mapas camarárias e outros documentos legais de atribuição de nomes às  ruas (ex caminha da Fortunata, Quelha dos Arezes, etc) . Podemos verificar ainda outras curiosidades como a existência de nomes que em Portugal têm uma composição com outros que é infinita (Ex João, Maria, José…)a tanto podem ser utilizados como primeiro ou como segundo nome (Maria João- José Maria, José Pedro- Pedro José….).

Verifiquemos ainda outra particularidade que é a existência de nomes característicos e quase específicos de certas regiões, para além da abundância de pessoas com os apelidos Silva e Santos, geralmente presentes em toda a área nacional e em percentagens praticamente iguais. Permitam me mesmo dizer que estamos num pais de Silvas e Santos…

Fátima Cambão
in Paróquia Nova
 

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