quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

D. Anacleto durante a Eucaristia de Imposição das Cinzas


D. Anacleto alerta para a tentação de nos «colocarmos no lugar de Deus», durante a Eucaristia de Imposição das Cinzas

 
            D. Anacleto Oliveira, Bispo Diocesano de Viana do Castelo, presidiu, na Sé, à Eucaristia com o rito de imposição das cinzas que marcou o início da Quaresma.

            Na sua homilia, começou por recordar a resposta dada pelo Papa Francisco quando, na primeira entrevista que deu depois da sua eleição, o entrevistador lhe perguntou: «Quem é Jorge Mario Bergoglio?». A esta pergunta, o Papa respondeu: «sou um pecador para quem Deus olhou».
 

 
            A partir desta resposta, D. Anacleto procurou esclarecer o que é o pecado, explicando que a sua origem pode encontrar-se nas primeiras páginas da Bíblia, quando a primeira mulher diz à serpente que Deus permitiu que comesse do fruto de todas as árvores, menos do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal porque, no dia em que o fizesse, morreria. Perante esta resposta, a serpente diz que isso não é verdade, pois o que aconteceria é que se tornaria como Deus.
 

           
          O pecado – observou D. Anacleto – é o ser humano «querer colocar-se no lugar de Deus, querer ser como Deus e que os outros o tratem como tal».

            Para o combater, disse o Bispo Diocesano, Mateus apresenta-nos, no seu Evangelho, três meios: a esmola (que nos coloca em relação com os outros), a oração (que remete para a nossa relação com Deus), e o jejum (que nos projecta sobre nós próprios). Contudo, para que estes meios sejam eficazes – acrescentou – é importante que o façamos com a intenção que nos é recomendada pelo Evangelho. A esmola exige que nos concentremos naqueles que precisam da nossa ajuda e não em nós próprios. A oração, para ser sincera, não pode ser apenas para «dar nas vistas», mas supõe que entremos no nosso quarto, no silêncio, num íntimo tu a tu com Deus. O jejum, para ser vivido na fidelidade ao Evangelho, também não pode ser encarado numa perspectiva meramente estética – o que também é saudável – mas deve ser visto num outro horizonte mais profundo, enquanto capacidade de renunciar ao que temos em excesso.




            
No final da celebração, D. Anacleto Oliveira recordou as finalidades da renúncia quaresmal: as obras de recuperação da cela em que viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires nos últimos oito anos de vida (numa dimensão diocesana) e a construção de um edifício na República Democrática do Congo para formação dos candidatos ao sacerdócio (numa dimensão mais universal).

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