Sendo uma rua
pobre, não faltava onde passar o tempo. Era nas tascas. Abundavam esses
estabelecimentos pela rua fora, conhecidos pelo nome de «vendas», onde se
matava a sede, o vício do espirituoso e as batidas na mesa. Assim, havia as
vendas do Fresquinha, Aninhas, da Viúva, Parola, do Zé da Ponte, Fominha, da
Fartura, da Salgueira, a mercearia do Castro, venda do Cavalheiro e o Barrete
Verde.
O
Zé da Ponte foi morto no próprio tasco por um da Ribeira, por causa de ciúmes
com a criada; levou uma facada na «gorge». O homicida fugiu para o Brasil; veio
mais tarde.
Alguns
passaram maus bocados por causa do homicida. Veio, no entanto, morrer de morte
natural a Portugal e dizem que as alucinações antes da morte eram pertinentes e
as mesmas: «Olha o Zé da Ponte».
Outra
versão sobre a morte do Zé da Ponte:
Quem o matou, ficou caladinho, enquanto outro foi
condenado a vinte e cinco anos de África, sem nunca
ter fugido para o Brasil. À
morte, o homicida confessou o crime e, nessa altura mandaram vir o
pseudo-criminoso da África que, entretanto, já tinha cumprido uma dezena de anos
de pena.
Quanto
à venda do Fartura, também se conta que na escassez de fósforos tinha um archote
à porta, continuamente aceso, para irem lá buscar lume acender os cigarros.
E a propósito da venda do
Fominha, também consta que, no dia dos festejo dos Santos populares, faleceu o
proprietário, tendo o filho vindo ao altifalante anunciar a morte do pai e a
continuação da festa: «Meu pai acaba de falecer, mas a festa continua».
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