quarta-feira, 10 de julho de 2013

AS VENDAS DA Bandeira - 1986





Sendo uma rua pobre, não faltava onde passar o tempo. Era nas tascas. Abundavam esses estabelecimentos pela rua fora, conhecidos pelo nome de «vendas», onde se matava a sede, o vício do espirituoso e as batidas na mesa. Assim, havia as vendas do Fresquinha, Aninhas, da Viúva, Parola, do Zé da Ponte, Fominha, da Fartura, da Salgueira, a mercearia do Castro, venda do Cavalheiro e o Barrete Verde.
 
 
 

O Zé da Ponte foi morto no próprio tasco por um da Ribeira, por causa de ciúmes com a criada; levou uma facada na «gorge». O homicida fugiu para o Brasil; veio mais tarde.

Alguns passaram maus bocados por causa do homicida. Veio, no entanto, morrer de morte natural a Portugal e dizem que as alucinações antes da morte eram pertinentes e as mesmas: «Olha o Zé da Ponte».

Outra versão sobre a morte do Zé da Ponte:
Quem o matou, ficou caladinho, enquanto outro foi condenado a vinte e cinco anos de África, sem nunca

ter fugido para o Brasil. À morte, o homicida confessou o crime e, nessa altura mandaram vir o pseudo-criminoso da África que, entretanto, já tinha cumprido uma dezena de anos de pena.

Quanto à venda do Fartura, também se conta que na escassez de fósforos tinha um archote à porta, continuamente aceso, para irem lá buscar lume acender os cigarros.

E a propósito da venda do Fominha, também consta que, no dia dos festejo dos Santos populares, faleceu o proprietário, tendo o filho vindo ao altifalante anunciar a morte do pai e a continuação da festa: «Meu pai acaba de falecer, mas a festa continua».


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