Longa tradição, no Bairro da
Bandeira, tem os seus pescadores. Hoje, u número irrisório, são apenas meia
dúzia, entre eles, o Sr. Antônio André Correia ( Sousa, seu irmão José de Sousa
(os Fonas), o Sebastião da Conceição Oliveira seu irmão José Oliveira (os
Ferreirinhas).
Nascidos, os primeiros, na Rua
da Bandeira, filhos de pescadores e segundos, nascidos na Papanata, filhos
de pescadores, sempre se dedicaram pesca do rio, em barco aberto, noutros
tempos, puxado à vara, à vela e, hoje, motor.
Pescam toda a sorte de peixe,
desde o mujo e chaliço à solha, linguado, enguia, lampreia, sável e salmão.
Hoje, tudo é escasso. As obras
do porto, queixam-se os pescadores, acabara com o peixe. Há que contentar com
as solhas e, na época da lampreia, ainda aparece alguma coisa; de resto, é
raríssimo aparecer o salmão e o linguado Antigamente, pescava-se à barga. Hoje,
usam-se outros processos.
Há três turnos de pesca de
28 homens cada, juntam-se os pescadores da Bandeira, Darque, Cais Novo,
Meadela e Santa Marta e a cada turno cabem dois dias. Pesca-se a solha com rede
tipo saco de malha 7 cm, a lampreia com rede lampreeira, só dum pano,
duas cordas, com 6,5 cm de malha, 80 malhas de altura e mais de 400 malhas de
comprido, o sável, com rede saval, 40 malhas de altura e 28/29 braças, em pano,
de comprido, e de malha 13 cm; o mujo, com rede de 35-40 mm de malha, a
que chamam a rede sardinheira, com 10-12 braças de comprido e 80-90 malhas
de altura, a enguia, pescada à minhocada ou com botelhões, isto é, botelha que
se apanha no rio ou nos penedos da praia e é da família do sargaço; com a
rede da solha apanha-se o linguado e com a rede lampreeira apanham-se o salmão
e o sável.
Também se usa a fisga, de sol a sol; é livre no turno, mas proibida de noite.
Também se usa a fisga, de sol a sol; é livre no turno, mas proibida de noite.
Muito é preciso trabalhar para fazer face às despesas, o barco custa
80.000$00, o motor, sendo razoável, 90.000$00, e cada rede cerca de 15.000$00;
por isso, o peixe também não pode ser barato e, muitos dias são perdidos,
devido ao tempo, que não permite a faina.
A arte é dura, não rende todos
os dias e daí procurar-se outro ofício, em terra, para melhor rendimento. Assim
se vai acabando a tradição dos pescadores, no rio, do Bairro da Bandeira. Dos
três turnos assinalados, só 15 homens, ao todo, vivem exclusivamente da pesca.
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