Esta igreja fez parte de um antigo CONVENTO DAS CARMELITAS, conforme
facilmente se depreende dos muitos sinais carmelitanos aqui existentes.
Foi em 1778 que a pedido do Dr. Correia Seixas, D. Maria I concedeu
licença para se construir uma nova casa de Carmelitas Descalças, o Convento do
Desterro de Jesus Maria José. A mesma autorização foi dada pelo Arcebispo de
Braga, D. Gaspar, e pelo Frei João de S. Joaquim (N.M.R.V. Geral).
Em 1779, o Padre Frei Manuel de S. João Evangelista deslocou-se de
Coimbra a Viana e, depois de vencidas inúmeras dificuldades, adquiriu um
terreno, à Rua.da Bandeira, local solitário, não distante da igreja do Carmo,
apressando-se a construir o novo Carmelo.
Foi arquitecto o irmão Frei Luís de Santa Teresa, tendo os trabalhos
principais acabado em 1785.
A 19 de Julho desse ano fixava-se a primeira comunidade, mesmo sem a
obra se encontrar totalmente concluída.
A igreja, de notável beleza e gosto arquitectónico, foi benzida a 18
de Dezembro de 1792, ainda por acabar. O seu estilo é uma mistura de barroco e
neoclássico, próprio da época de D. Maria.
«A porta de entrada é
encimada por um frontão triangular, sobre o qual se rasga uma graciosa janela
de múltiplos caixilhos, resguardada por forte gradeamento. Ao centro do grande
frontão que remata a fachada, ostentam-se, em saliente brasão, as armas da
Ordem: o Monte Carmelo, a cruz e as três estrelas simbólicas.
O interior do templo, formado por uma só nave abobadada, produz no
seu conjunto uma agradável sensação de elegância, com as esbeltas colunas e
dourados do altar-mor, os seus valiosos retábulos e imagens de talha.
O contraste entre o corpo do edifício destinado às religiosas, de
construção sólida, austera e pesada, e o esplêndido lavrado da igreja,
corresponde ao desejo tantas vezes manifestado por Santa Teresa: «para as suas
carmelitas a pobreza e a simplicidade para o seu Deus todo o lustre e riqueza
que lhes fosse dado conseguir.»
As primeiras religiosas vieram de Coimbra, Aveiro e Porto. Eram oito
entre professas e noviças. O fundador, Cônego Correia Seixas, faleceu um ano
depois, a 14 de Novembro de 1786.
A comunidade aqui instalada foi exemplar e bem querida pela
população, mas a 19 de Março de 1804, por causa das Invasões Francesas,
receberam ordens para abandonar Viana o que fizeram de imediato, embora com
muita dificuldade, pois a população quis opôr-se. Passaram muitos maus bocados
pela viagem até Lisboa, onde foram recebidas no Convento da Estrela.
A19 de Julho, regressaram a Viana, tendo chegado a 27 do mesmo mês,
depois de derrotadas as tropas francesas. As lágrimas da população na despedida
converteram-se em alegres orações. Foi festa rija.
Um facto digno de registo é que os franceses, tendo permanecido em
Viana durante uns meses, nunca entraram no Convento, pelo que foi considerado
um «milagre».
Pelo falecimento da última freira, segundo o Padre José Luís Zamith,
ficou extinta aquela comunidade e foi concedido o edifício ao Asilo de Orfãs e
Desamparadas que até essa altura se encontrava instalado na mesma Rua da
Bandeira, onde depois foi a Associação Nun’Alvares e hoje o Centro de Cultura
da Diocese de Viana.
Com a permissão de benfeitores do Asilo, ainda se conservaram, por
muito tempo, algumas pupilas (meninas do coro, professas clandestinas?), numa
dependência isolada do resto do pessoal pertencente ao Asilo, mas com a
expulsão das religiosas em 1910, a igreja foi fechada ao público, embora a Irmã
Maria José conseguisse manter a chama, permanecendo até á morte, com 92 anos de
idade, por 1934, o que foi com siderado um milagre da Madre da Conceição,
segundo o Padre Zamith.
Esteve muitos anos
abandonada, fechada ao público e em completa degradação, desde a expoliação dos
bens à igreja. No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que
tinham nascido à sombra da espiritualidàde carmelifa e à volta daquela igreja
de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e
trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde,
passaram a fazer dela um centro de catequese, a Ter missa ao Domingo até à
criação da Paróquia.
Era a “Comissão da igreja das
Carmelitas” que tinha livro de actas, que faziam as suas celebrações de
primeiras comunhões, festas e à sombra desta igreja animavam a fé e a vida,
sobretudo a partir de 1949.
Em 1967, o
Arcebispo Primaz de Braga cria uma Paróquia sob a invocação da NOSSA SENHORA DE
FÁTIMA devido ao crescimento do aglomerado populacional desta zona leste da
cidade de Viana. Nomeou para o efeito o Pároco, o Padre Dr. Antônio da Costa
Neiva. Esta nova Paróquia celebrou condignamente os seus 25 anos de existência
com grandes celebrações e foi confirmada pela provisão de D. Armindo Lopes
Coelho em 18 de Outubro de 1985. Num simples olhar pela frontaria deparamos com
neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento
exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as
grandes janelas à maneira jesuítica.
No entanto
depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero
classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma
mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito
simplificados(D.Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e
remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos
retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente
rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o
altar de Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu
de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de Nâ Senhora da
Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do
lado esquerdo o altar de Nâ. Senhora das Dores, sentada junto ao
crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado diFeito, há o altar
da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S, Joaquim, Santa
Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo
principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa
e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da
padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um
plinto. A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um
pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na
capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um
comungatório. Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cônego
da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro.
Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois
púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de
não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja.
Para os púlpitos entra-se pelo interior. Na capela- mor, do lado direito,
existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três
arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cônego da Sé de Coimbra,
Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o
Monte Carmelo, a cruz e três estrelas.
Há dois
púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de
não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza á igreja.
Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a
igreja encontra-se assoalhada, porque é mais cômoda, pois aquilo que a
prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em
lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços
abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com
ligação paro o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na
sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu
interior, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre
bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente,
sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras,
embora existam só dois sinos. E assim temos descrita, muito sumariamente, esta
igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem
esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na
verticalidade e horizontalidade.
Podemos
afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e
Quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa
reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só
vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da
igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730
reis).
Assim,
tendo visitado o Santíssimo Sacramento nesta igreja, ligeiramente também
observou a casa que serve de acolhimento a esta família paroquial que aqui
reúne e celebra a sua fé.
Sempre que o desejar, pode
reunir-se connosco.
Se precisar de mais algum contacto
pode dirigir-se ao Pároco, Padre Artur Coutinho, ou a algum leigo responsável,
ou ainda pelo tlf Jfax - 258823029,258811088 - Centro 258824722-
Infantário/Berço - 258821510 Ozanan -258821538, Paroquiafatima@mail.telepac.pt
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bandeira, 639 | 4900-561 Viana do Castelo j E-mail: paroquiafatima@mail.telepac.pt Cartório: Telef./Fax: 258 823 029 / 258 811 088 \ Centro: 258 824 122 / 258 824 300 | Ozanan: 258 821 538 \ Indantário/Berço: 258 821 510
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