A Caritas Portuguesa associou-se ao “dolorosíssimo sofrimento” da
população da Noruega, marcada sexta-feira por um duplo atentado que retirou a
vida a 76 pessoas.
Numa carta dirigida à embaixadora norueguesa em Portugal, Inga
Magistad, o presidente daquele organismo humanitário católico manifesta a “mais
veemente solidariedade aos familiares dos que estão feridos no corpo e na
alma”, e pede “ao Senhor da Paz que acolha no seu reino os que pereceram”.
Eugênio Fonseca espera ainda que “apesar da revolta e necessária
justiça humana reparadora das atrocidades cometidas”, Deus “derrame sobre os
corações de todos os noruegueses sentimentos de paz e compaixão, mesmo que
[seja] compreensível a revolta que em si possam conter”.
“É com grande pesar e tristeza que a Caritas Portuguesa se associa
ao dolorosíssimo sofrimento do povo da Noruega, de modo especial, ao dos
familiares de todos os que foram vítimas de um ato de horrorosa barbaridade,
como nunca tinha acontecido desde a II Guerra Mundial”, .assinala o texto.
A Caritas considera que “a Noruega é um exemplo para todo o mundo,
não só de desenvolvimento econômico e social, como também de tolerância e de
abertura para com diferentes visões do mundo”.
“Acreditamos, por isso, que nada poderá pôr em causa esta forma de
soberania”, conclui a mensagem de condolências á representação diplomática da
Noruega.
A nação nórdica foi abalada dia 22 pela explosão de uma bomba junto
à sede do Governo, em Oslo, que causou 8 vítimas mortais.
Pouco depois, seria conhecido outro ato de violência, desta vez na
ilha de Utoeya, onde 68 jovens, segundo a última contagem das autoridades,
foram mortos a tiro enquanto participavam num acampamento do Partido Trabalhista,
actualmente no poder.
Em declarações à Rádio Vaticano, o bispo de Oslo, D. Bernt Ivar
Eidsvig, admite que “a tragédia afetou cada um” dos habitantes da capital
norueguesa, para lá de quaisquer “diferenças políticas, religiosas ou
culturais”.
Neste domingo, Bento XVI manifestou a sua “profunda dor” pelos
atentados, classificando como “graves” os ataques na Noruega.
“Mais uma vez, infelizmente, chegam notícias de morte e de
violência. Todos sentimos uma profunda dor”, disse o Papa, em Castel Gandolfo,
arredores de Roma, onde se encontra a passar férias.
O Núncio Apostólico na Noruega, D. Emil Paul Tscherrig revelou que
as palavras do Papa “foram transmitidas aos fiéis durante a missa de domingo”,
em todas as paróquias, e que as mesmas foram “consideradas pela população como
um grande acto de solidariedade”.
O autor confesso dos dois atentados, Anders Breivik, um norueguês de
32 anos, afirmou no tribunal de Oslo que agiu sozinho, declarou-se
Notícia de arquivo- DM
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