Álvaro
Magalhães
A Pastoral Social da Igreja deve ter apenas «a
motivação exclusiva da fé», defendeu o presidente da Comissão Episcopal para a
Pastoral Social e Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga. Na abertura do 28.°
Encontro da Pastoral Social, que decorreu esta semana, em Fátima, o prelado
reforçou que a Pastoral Social «não se trata de mero assistencialismo nem mera
substituição das responsabilidades das autoridades públicas assim, como nunca
aceita a lógica do proselitismo pois a caridade é universal». Por outro lado,
acentuou, que «a Igreja não pode deixar de ser expressão dum amor universal e
gratuito que, síntese da fé, motiva para descoberta de caminhos novos onde
esse amor deve ser visível».
No encontro, que teve por tema “Testemunhar a
caridade no Ano da Fé”, D. Jorge Ortiga defendeu que «a Igreja não pode instalar-se em hábitos de esmolas generosas nem rotinas de instituições que se
contentam com a dimensão humana do serviço da caridade», indicando que «a fé
é ousadia e a caridade faz compreender os caminhos a percorrer, aqui e
agora».
Falando no discurso que inaugurou o encontro, o
presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social disse que esta
vertente pastoral da Igreja «deve ser redescober- ta nas suas últimas motivações
da fé e da esperança na certeza de que só o amor permanecerá».
«A urgência de respostas no cenário grave da
atual crise socioeconómi- ca, que sabemos ser também espiritual e cultural,
não podem afastar-nos da verdade evangélica onde se propõe uma nova cultura do
dar e do dar-se e onde se sublinha a paternidade de Deus geradora duma
redescoberta consciente da presença de Cristo em todo o ser humano», frisou o
prelado. Para si, «o mundo moderno necessita de descobrir o valor da fraternidade
vendo-a no agir quotidiano dos cristãos e na dinâmica sacramental das
comunidades».
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