segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pastoral Social da Igreia apenas motivada pela fé


 


 
Álvaro Magalhães


A Pastoral Social da Igre­ja deve ter apenas «a mo­tivação exclusiva da fé», defendeu o presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Arce­bispo de Braga, D. Jorge Ortiga. Na abertura do 28.° Encontro da Pastoral So­cial, que decorreu esta se­mana, em Fátima, o pre­lado reforçou que a Pas­toral Social «não se trata de mero assistencialismo nem mera substituição das responsabilidades das au­toridades públicas assim, como nunca aceita a lógi­ca do proselitismo pois a caridade é universal». Por outro lado, acentuou, que «a Igreja não pode dei­xar de ser expressão dum amor universal e gratuito que, síntese da fé, moti­va para descoberta de ca­minhos novos onde esse amor deve ser visível».

No encontro, que teve por tema “Testemunhar a caridade no Ano da Fé”, D. Jorge Ortiga defendeu que «a Igreja não pode instalar-se em hábitos de es­molas generosas nem ro­tinas de instituições que se contentam com a di­mensão humana do servi­ço da caridade», indican­do que «a fé é ousadia e a caridade faz compreen­der os caminhos a percor­rer, aqui e agora».

Falando no discurso que inaugurou o encontro, o presidente da Comissão Episcopal para a Pasto­ral Social disse que esta vertente pastoral da Igre­ja «deve ser redescober- ta nas suas últimas moti­vações da fé e da esperan­ça na certeza de que só o amor permanecerá».

«A urgência de respos­tas no cenário grave da atual crise socioeconómi- ca, que sabemos ser tam­bém espiritual e cultural, não podem afastar-nos da verdade evangélica onde se propõe uma nova cul­tura do dar e do dar-se e onde se sublinha a pater­nidade de Deus geradora duma redescoberta cons­ciente da presença de Cris­to em todo o ser humano», frisou o prelado. Para si, «o mundo moderno necessita de descobrir o valor da fra­ternidade vendo-a no agir quotidiano dos cristãos e na dinâmica sacramental das comunidades».

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