Doação de sangue: um convite à generosidade
O que motiva o doador de sangue não é ganhar um campeonato nem alcançar uma boa posição em rankings imaginários: ele simplesmente pretende ajudar
18.09.2013
Dom Jaume Pujol
MIGUEL MEDINA / AFP
Diversos países organizam periodicamente coletas de sangue beneficentes, convidando a população ao compromisso, à generosidade e à gratidão.
O que motiva o doador de sangue não é ganhar um campeonato, nem alcançar uma boa posição em rankings imaginários. Ele simplesmente oferece seu sangue para que os centros hospitalares possam contar com ele quando for necessário. Este é um gesto de fraternidade capaz de salvar muitas vidas humanas.
Quem sabe um dia você mesmo pode precisar de sangue?
No dia 13 de maio de 1981, o Papa João Paulo II estava percorrendo a Praça de São Pedro, cheio de vitalidade. Exatamente às 17h13, ouviram-se tiros. Minutos depois, o Papa chegou ao Hospital Gemelli com uma grande hemorragia.
Ele perdeu três litros de sangue antes de que o cirurgião, Dr. Crucitti, conseguisse conter a hemorragia produzida pelos tiros. Todo mundo prendeu a respiração, enquanto o Papa estava entre a vida e a morte na mesa de cirurgia. A transfusão foi um sucesso. Graças a ela, o ilustre paciente conseguiu viver por mais 24 anos, tão decisivos para a Igreja e para o mundo.
Na maior parte dos casos, nunca saberemos quem se beneficiará da nossa doação. Mas sabemos, desde já, que será uma pessoa necessitada destes vasos comunicantes de vida.
Há algum tempo, li que, em algumas cidades, costumam fazem uma experiência que nasceu na Itália com o nome de "café pendente". A campanha consistia em que uma pessoa, ao ir à cafeteria, não pagava somente pelo seu café, mas já deixava um outro cafezinho pago, para quem chegasse e não pudesse pagar.
Os doadores de sangue fazem algo parecido. Oferecem seu sangue à primeira pessoa que possa precisar dele. Isso não é um simples cafezinho, é sangue! E eles o doam fazendo o pequeno, mas muito meritório sacrifício de submeter-se a uma extração e, com isso, ajudam algum desconhecido, cuja vida poderá ser salva graças à sua generosidade.
Este gesto solidário nos faz lembrar da parábola do bom samaritano. Ele não era alguém que estava passeando, mas estava indo para o seu trabalho; no entanto, ainda que tivesse pressa, não deixou de atender a necessidade alheia. Ele parou, ajudou e fez todo o necessário para garantir o bom atendimento na pousada daquele homem ferido, até o final.
Poderíamos dizer que a "pousada" é o hospital, e que os doadores são os bons samaritanos, a quem Jesus elogia, por se solidarizarem com seu próximo.
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