Divorciados que voltam a se
casar no civil: um desafio pastoral
O Papa Francisco tratará do tema com o conselho de cardeais que ele formou
e pretende abordá-lo também no próximo sínodo dos bispos
19.09.2013
Philippe Lissac / Godong
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O polêmico tema dos divorciados
que voltam a se casar é um dos tópicos do "Curso de atualização em direito
matrimonial e processual canônico", que está sendo ministrado na
Universidade Pontifícia Santa Cruz, de Roma (16 a 20 de setembro). Em sua 5ª
edição, o curso conta este ano com a participação de 250 colaboradores dos
tribunais eclesiásticos, procedentes de dezenas de países.
Após as declarações do Papa Francisco aos jornalistas no voo de volta da JMJ, sobre a dificuldade de acesso aos sacramentos por parte das pessoas divorciadas que voltam a se casar, especulou-se muito sobre possíveis mudanças ou adaptações. Também na última terça-feira, no encontro com o clero de Roma, o Papa tratou deste assunto.
O Santo Padre reconheceu que este será um dos temas a ser tratados com o conselho de cardeais que ele formou e com quem se reunirá nos primeiros dias de outubro; também será abordado no próximo sínodo dos bispos.
Durante o curso desta semana, Héctor Franchesti, professor de direito matrimonial canônico, ao falar de divorciados que voltam a se casar e de nulidade matrimonial, comentou que as palavras do Papa Francisco no avião "não propunham uma mudança de práxis, mas a necessidade de aprofundar na questão e de ajudar estas pessoas ,que se encontram em uma situação muitas vezes de grande sofrimento, e na qual não podemos deixá-las sozinhas".
Ele reconheceu que, "na Igreja dos nossos dias, a situação dos divorciados que voltam a se casar civilmente se apresenta como um verdadeiro desafio pastoral". Levando em consideração a diversidade de situações para o tema desta sessão, o professor seguiu alguns documentos do magistério eclesiástico e intervenções dos pontífices, centrando a atenção especialmente em uma das situações irregulares que apresenta maiores problemas: os batizados divorciados que voltam a se casar no civil.
Após as declarações do Papa Francisco aos jornalistas no voo de volta da JMJ, sobre a dificuldade de acesso aos sacramentos por parte das pessoas divorciadas que voltam a se casar, especulou-se muito sobre possíveis mudanças ou adaptações. Também na última terça-feira, no encontro com o clero de Roma, o Papa tratou deste assunto.
O Santo Padre reconheceu que este será um dos temas a ser tratados com o conselho de cardeais que ele formou e com quem se reunirá nos primeiros dias de outubro; também será abordado no próximo sínodo dos bispos.
Durante o curso desta semana, Héctor Franchesti, professor de direito matrimonial canônico, ao falar de divorciados que voltam a se casar e de nulidade matrimonial, comentou que as palavras do Papa Francisco no avião "não propunham uma mudança de práxis, mas a necessidade de aprofundar na questão e de ajudar estas pessoas ,que se encontram em uma situação muitas vezes de grande sofrimento, e na qual não podemos deixá-las sozinhas".
Ele reconheceu que, "na Igreja dos nossos dias, a situação dos divorciados que voltam a se casar civilmente se apresenta como um verdadeiro desafio pastoral". Levando em consideração a diversidade de situações para o tema desta sessão, o professor seguiu alguns documentos do magistério eclesiástico e intervenções dos pontífices, centrando a atenção especialmente em uma das situações irregulares que apresenta maiores problemas: os batizados divorciados que voltam a se casar no civil.
Durante sua exposição, ele analisou os seguintes documentos: Exortação Apostólica
Familiaris
Consortio (João Paulo II); Carta aos
Bispos da Igreja Católica sobre a recepção da Sagrada Comunhão por parte
dos fiéis divorciados novamente casados (Congregação para a Doutrina da Fé); Declaração
sobre a admissão à comunhão eucarística dos fiéis divorciados novamente
casados (Pontifício Conselho para os
Textos Legislativos); Diretório de pastoral familiar (Conferência Episcopal
Italiana); Diretório de pastoral familiar da Igreja na Espanha
(Conferência Episcopal Espanhola); Ao clero do Vale de Aosta (Bento XVI, 2005);
Exortação Apostólica Sacramentum
caritatis (Bento XVI); coletiva de
imprensa (Papa Francisco, 28 de
julho de 2013).
A Igreja, explicou, consciente do seu grande dever de cuidar da verdade sobre a indissolubilidade do matrimônio como um bem da pessoa, e do grave dano que uma pastoral equivocada causaria à comunidade eclesial, reafirmou a verdade dessa indissolubilidade, sublinhando, ao mesmo tempo, a necessidade de uma atitude pastoral de caridade e misericórdia no que diz respeito àqueles que se encontram nestas situações, sempre no respeito à verdade, para que possam embarcar em um autêntico caminho de conversão.
Franchesti também comentou que, levando em consideração a complexidade das diversas circunstâncias, é necessária uma cuidadosa ação de discernimento pastoral, como requisito para poder ajudar os batizados em sua situação concreta.
Por isso, o professor recordou as palavras de João Paulo II, que afirmava que os divorciados que voltam a se casar devem ser ajudados com autêntica caridade pastoral, para que não se sintam excluídos da Igreja.
Além disso, recordou as palavras do Papa Bento XVI, quando sublinha que a razão da práxis da Igreja se encontra na íntima relação que existe entre matrimônio e Eucaristia: a Eucaristia, sacramento da caridade, mostra uma relação particular com o amor entre o homem e a mulher unidos em matrimônio. Aprofundar nesta relação é uma necessidade própria da nossa época.
Finalmente, tocou em outro tema importante relacionado aos fiéis que voltam a se casar: a admissão ao sacramento da Confissão. Evocou novamente o Beato João Paulo II para recordar que "a reconciliação pelo sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio".
A Igreja, explicou, consciente do seu grande dever de cuidar da verdade sobre a indissolubilidade do matrimônio como um bem da pessoa, e do grave dano que uma pastoral equivocada causaria à comunidade eclesial, reafirmou a verdade dessa indissolubilidade, sublinhando, ao mesmo tempo, a necessidade de uma atitude pastoral de caridade e misericórdia no que diz respeito àqueles que se encontram nestas situações, sempre no respeito à verdade, para que possam embarcar em um autêntico caminho de conversão.
Franchesti também comentou que, levando em consideração a complexidade das diversas circunstâncias, é necessária uma cuidadosa ação de discernimento pastoral, como requisito para poder ajudar os batizados em sua situação concreta.
Por isso, o professor recordou as palavras de João Paulo II, que afirmava que os divorciados que voltam a se casar devem ser ajudados com autêntica caridade pastoral, para que não se sintam excluídos da Igreja.
Além disso, recordou as palavras do Papa Bento XVI, quando sublinha que a razão da práxis da Igreja se encontra na íntima relação que existe entre matrimônio e Eucaristia: a Eucaristia, sacramento da caridade, mostra uma relação particular com o amor entre o homem e a mulher unidos em matrimônio. Aprofundar nesta relação é uma necessidade própria da nossa época.
Finalmente, tocou em outro tema importante relacionado aos fiéis que voltam a se casar: a admissão ao sacramento da Confissão. Evocou novamente o Beato João Paulo II para recordar que "a reconciliação pelo sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio".
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