Roubos são problema, mas as dificuldades financeiras das
pessoas também fazem que haja menos dinheiro nas caixas de esmolas. É nas
cidades que existem mais furtos
Os assaltos são muitos, mas,
por outro lado, os donativos caíram a pique, porque as pessoas não têm
dinheiro. Por isso, o que vemos é que estes assaltos acabam normalmente por
representar mais prejuízo pelos danos que fazem no nosso patrimônio, ao forçar
sacrários e cofres, do que pelo dinheiro que levam além disso, temos
transmitido recomendações às pessoas que zelam por estes templos para que
retirem o dinheiro todos os dias. O problema é que em alguns casos elas não
fazem caso disso, porque sabem que são alguns cêntimos que estão lá.
Sente-se mais estes assaltos nos locais
isolados?
Paradoxalmente, é
mais ao contrário. O maior problema é precisamente nas cidades e nas vilas.
Temos mais assaltos nestes templos porque nas urbes as igrejas estão mais
tempo abertas e disponíveis. Nas paróquias mais pequenas, nas aldeias, há
muito mais segurança porque as igrejas só funcionam de manhã e ao fim do dia.
Neste último caso, os
assaltantes agrediram a zeladora do templo. Há registo de casos violentos?
Não, penso que foi
um caso isolado. As orientações, transmitidas pela diocese aos párocos, é para
que as pessoas que frequentam e tratam destes templos estejam vigilantes,
reportando movimentações estranhas no interior mas também no exterior, porque
normalmente estes suspeitos vão lá antes para estudar o local. Mas pedimos
para que não se coloquem em risco, que reportem o que se passa ao senhor padre
ou às autoridades.
Videovigilância é uma solução para outros templos da diocese?
Já temos várias igrejas e
capelas com sistemas de segurança instalados, normalmente sensores e outros aparelhos para alertar
para movimentações estranhas no interior. De videovigilância não temos nenhum
caso, a não ser a situação da Senhora d’Agonia, que está em estudo pela
confraria. Mas por muitos equipamentos de segurança que sejam instalados,
vamos sempre atrás do que fazem os ladrões.
Algum assalto que o
tenha chocado nos últimos tempos?
Em Monção, tivemos dois
assaltos seguidos em duas paróquias diferentes, para tentarem levar coisas
pequenas. Numa forçaram o cofre. Na outra, à procura de peças de valor, levaram
o cofre sacrário da igreja Não o violaram no local, mas levaram-no mesmo. Foi
uma coisa que me chocou, talvez apareça por aí perdido um dia destes. Em muitos
anos como vigário-geral nunca tinha visto isto, de violar e levar o Santíssimo.
Mais do que os assaltos às caixas de esmolas, o principal problema é o
patrimônio móvel que temos nas pequenas capelas, essas é que são mais assaltadas.
Levam as imagens, algumas peças de arte, pequenas, autênticas perfeições. São
pequenas capelas afastadas das povoações, fechadas mas fáceis de entrar,
porque por serem baixinhas é só tirar o telhado.
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