sexta-feira, 26 de abril de 2013

Roubos são problema, mas as dificuldades financeiras das pessoas também fazem que haja menos dinheiro nas caixas de esmolas. É nas cidades que existem mais furtos---“Pedimos às pessoas para estarem vigilantes nas igrejas” Entrevista ao Senhor Vigário Geral de Viana, Mons. Sebastião Ferreira, pelo Diário de Notícias


Roubos são problema, mas as dificuldades financeiras das pessoas também fazem que haja menos dinheiro nas caixas de esmolas. É nas cidades que existem mais furtos
O assalto às caixas de esmolas é um problema?

Os assaltos são muitos, mas, por outro lado, os donativos caíram a pique, porque as pessoas não têm dinheiro. Por isso, o que vemos é que estes assaltos acabam normal­mente por representar mais prejuí­zo pelos danos que fazem no nosso patrimônio, ao forçar sacrários e co­fres, do que pelo dinheiro que levam além disso, temos transmitido re­comendações às pessoas que zelam por estes templos para que retirem o dinheiro todos os dias. O proble­ma é que em alguns casos elas não fazem caso disso, porque sabem que são alguns cêntimos que estão lá.

 Sente-se mais estes assaltos nos locais isolados?

Paradoxalmente, é mais ao contrá­rio. O maior problema é precisa­mente nas cidades e nas vilas. Temos mais assaltos nestes tem­plos porque nas urbes as igrejas estão mais tempo abertas e dispo­níveis. Nas paróquias mais peque­nas, nas aldeias, há muito mais se­gurança porque as igrejas só fun­cionam de manhã e ao fim do dia. Neste último caso, os assaltantes agrediram a zeladora do templo. Há registo de casos violentos?

Não, penso que foi um caso isola­do. As orientações, transmitidas pela diocese aos párocos, é para que as pessoas que frequentam e tratam destes templos estejam vigilantes, reportando movimentações estranhas no interior mas também no exterior, porque normalmente estes suspeitos vão lá antes para estudar o local. Mas pedimos para que não se coloquem em risco, que report­em o que se passa ao senhor padre ou às autoridades.

Videovigilância é uma solução para outros templos da diocese?

Já temos várias igrejas e capelas com sistemas de segurança instalados, normalmente sensores e outros aparelhos para alertar para movimen­tações estranhas no interior. De videovigilância não temos nenhum caso, a não ser a situação da Senhora d’Agonia, que está em estudo pela confraria. Mas por muitos equipa­mentos de segurança que sejam ins­talados, vamos sempre atrás do que fazem os ladrões.

Algum assalto que o tenha cho­cado nos últimos tempos?

Em Monção, tivemos dois assaltos seguidos em duas paróquias dife­rentes, para tentarem levar coisas pequenas. Numa forçaram o cofre. Na outra, à procura de peças de valor, levaram o cofre sacrário da igreja Não o violaram no local, mas levaram-no mesmo. Foi uma coisa que me chocou, talvez apareça por aí perdido um dia destes. Em mui­tos anos como vigário-geral nunca tinha visto isto, de violar e levar o Santíssimo. Mais do que os assaltos às caixas de esmolas, o principal problema é o patrimônio móvel que temos nas pequenas capelas, essas é que são mais assaltadas. Levam as imagens, algumas peças de arte, pe­quenas, autênticas perfeições. São pequenas capelas afastadas das povoações, fechadas mas fáceis de en­trar, porque por serem baixinhas é só tirar o telhado.
 

Diário de Notícias de hoje


 

Sem comentários:

Enviar um comentário