quinta-feira, 11 de abril de 2013

MUDAR PARA CRESCER de M. O. Martins - A Páscoa

Do amigo  Dr. Manuel Oliveira Martins, ex-comandante do Porto de Mar e membro da Direcção do Centro Social paroquial de Nª Sª de Fátima recebi um texto que não resisto sem o publicar no jornal  e adianto-me agora a transcrevê-lo no meu BLOG para os amigos que me procuram.

 
MUDAR PARA CRESCER

Páscoa é sinónimo de mudança. A Páscoa do Antigo Testamento significa a libertação do povo de Israel e o êxodo para a terra prometida. No Novo Testamento a Páscoa representa a libertação do homem simbolizada pela Ressureição de Cristo.

Há nestes dois momentos uma viragem espiritual no modo de vida do «povo de Deus», que mudaram o mundo, tornando-o mais humano e mais solidário, menos egoísta e menos materialista.

O mundo em que vivemos está a precisar de uma mudança. Essa mudança tem de passar por cada um de nós. Não podemos estar à espera que o outro mude. Não devemos adiar o que nos é pedido e exigido para o nosso crescimento pessoal. Se estivermos à espera que o mundo mude, para só depois nós mudarmos, jamais mudaremos o que quer que seja na nossa vida.

O crescimento de cada um depende de um propósito que impomos fazer ou não fazer, para implementarmos a nossa mudança. Essa mudança passa primeiro por querer mudar. Há tantas coisas que precisam de ser mudadas nas nossas vidas!

Ao longo da nossa vida adquirimos hábitos que se enraizaram de tal forma que custam a arrancar. Jeitos que moldaram a nossa maneira de ser, de sentir, de agir. As pessoas são normalmente referenciadas por certos tiques que adquiriram e que muito difícilmente perderão. Vão com eles para a cova, como diz o povo.

A mudança é dolorosa por que é algo de novo a que não estamos habituados. Somos passivos e criamos rotinas para nos protegermos e não gastarmos energias. Quando temos de meter ação e gastar meios, somos avessos à mudança. É melhor deixar estar como está, pensamos, e não agimos.

Isto passa-se ao nível meramente físico. E o nosso espírito? Não precisa de mudança? Ele também passou pelo mesmo processo, também criou hábitos que precisamos alterar para mudar.

Mudar o quê? Uma infinidade de coisas que só cabe a cada um decifrar de acordo com a sua consciência. Devemos em primeiro lugar fazer uma espécie de inventário pessoal dos nossos atos, das nossas atitudes. Não é fácil fazer essa listagem de coisas que se encontram profundamente cimentadas no nosso íntimo. Analisarmo-nos a nós próprios, admitindo os nossos erros, é das coisas mais difíceis de aceitar.

Admitir que por vezes sentimos inveja, raiva, rancor do nosso próximo e prometer a nós próprios que nos vamos emendar, que vamos mudar de atitude, que vamos procurar corrigir estes defeitos de caráter, não é tarefa fácil, mas necessária para a mudança.

A mudança começa em cada um. Só a mim posso mudar e não aos outros. A eles, cabe-lhes serem os agentes da sua própria mudança.

É costume ouvir dizer, «eu não posso mudar o mundo»! É totalmente errado. Quando estou a mudar-me a mim mesmo, a minha maneira de pensar, de sentir, de agir, já estou a mudar o mundo. O mundo só muda se cada um de nós mudar, para melhor ou para pior, esperemos que cada um mude um pouco que seja para melhor. Para pior, já basta assim, como diz o poeta.

O materialismo que existe dentro de cada um de nós é um dos aspetos que é preciso mudar para nos tornarmos mais humanos, mais solidários e assim contribuirmos para a mudança que o mundo precisa para se manter, doutra forma caminha para a destruição e nós somos os coveiros.

Se fizermos um exame meticuloso e honesto a nós próprios, vamos encontrar sinais desse apego ao material, ao supérfluo, que é preciso corrigir para que o mundo seja mais equilibrado, menos desigual.

O Moisés e o Cristo que libertaram o povo de Deus está em cada um de nós. Saibamos interpretar este desígnio e que cada um meta ação no sentido da mudança interior que conduz ao crescimento pessoal e à mudança que o mundo precisa para sobreviver.

Viana do Castelo, 2013-04-01-Manuel de Oliveira Martins-maolmar@gmail.com


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