NOVA VISÃO MISSIONÁRIA
DO CONCÍLIO VATICANO II
Texto: Frei Manuel Rito Dias, OFM Cap
Escrevo
esta reflexão no dia em que há 50 anos foi aberto o Concilio Vaticano II. O
jovem padre alemão que há 50 anos participou como teólogo naquela Assembleia
conciliar, hoje mesmo preside, em Roma, como papa, a uma soleníssima liturgia,
abrindo nela a porta ao ANO DA FÉ. Foi na realidade aquele Concilio o grande
evento que deu ao povo de Deus a oportunidade de tomar consciência da sua
condição missionária, e à própria “Igreja peregrina de considerar a missão
como parte da sua natureza” (AG, 2).
Tratou-se de uma grandiosa manifestação de catolicidade e
“um sinal luminoso da universalidade da Igreja” não só pela numerosa
participação de bispos mas também pela sua diversidade geográfica, já que, pela primeira vez na história, uma
assembleia de bispos congregou representantes da Ásia, da África, da América
Latina e da Oceânia. (cf. Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2012).
A nova
visão missionária saída do Concilio Vaticano II é refletiva e depois
transmitida através da sua própria dimensão quanto à quantidade de Padres
conciliares, quanto à universalidade das suas procedências e sobretudo quanto
â natureza dos próprios conteúdos conciliares ali tratados.
Três
grandes documentos marcaram o Vaticano II e iluminaram a Igreja para esta nova
visão missionária: Ad Gentes, Gaudium, et Spes e Lumen Gentium. Através
deles, foram dilatados os horizontes não só dos limites da Igreja como Reino
de Deus, mas também do mundo a evangelizar e ainda dos agentes evangelizadores.
A
atividade missionária da Igreja não é outra coisa senão a “manifestação ou
epifania dos desígnios de Deus e a sua realização no mundo e na sua história”
(AG, 9). Já que “a Igreja é toda ela missionária, e a obra da evangelização é
um dever fundamental do Povo de Deus”, a tarefa de evangelizar, para além dos
pastores ordenados, compete a todos os cristãos.
A “divina Providência não nega os auxílios necessários à
salvação àqueles que, sem culpa, não chegaram ainda ao conhecimento explícito
de Deus” (LG, 16). Por isso, “o sagrado Concilio exorta todos a uma profunda
renovação interior, para que tomem viva consciência das próprias responsabilidades
na difusão do Evangelho” (AG, 35).
u concilio
Vaticano li colocou no centro da sua eclesiologia a dimensão missionária e
reafirmou a missão de evangelizar como paradigma de toda a atividade eclesial.
A fim de alargar e intensificar ainda mais o imperativo
missionário de Jesus, é proposta agora uma Nova Evangelização e entramos no
Ano da Fé no momento em que decorre o Sínodo para a Evangelização da Fé
Cristã.
Foi isso
que, há 50 anos, já foi proposto pela Lumen
Gentium: “cada um, segundo os próprios dons e funções deve progredir
pelo caminho da fé viva, que estimula a esperança e atua pela caridade” (LG
41).
A Nova
Evangelização não nos vai trazer um novo Evangelho; também não nos vai levar a
uma nova Igreja; quer apenas dizer-nos que o Evangelho é todos os dias uma Boa
Nova e que esta Igreja peregrina está encarregada por Cristo de a levar a toda
a gente.
Uma nova evangelização para fortalecer e dar
razões da nossa fé. Levar esta mensagem aos outros é o sentido a nossa missão.
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Texto escrito
ao abrigo do A.O.L.P. de 1990. Missões Franciscanas de Nov de 2012
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