segunda-feira, 4 de março de 2013

Os sons e a escrita - Ainda a Lenda de Viana, Mazarefes, Hidróminos, Toponímia, Antroponímia....


Os sons e a escrita

 
Os sons apareceram com os animais. O Homem foi o único que obteve sons para manifestar uma “linguagem” entendível entre si mais evolutiva e compreensível. Eram os fonemas do grego “fonos” sons.

Dos sons chegaram às palavras e construíram a sua língua passando a reduzi-la a escrito com sinais convencionais de acordo com os sons ou fonemas e das suas significações “convencionadas”.

Foi no Oriente onde aparecem escritos mais antigos e são estes documentos que começam a fazer a história da linguística. É um das razões que se deu início, através da escrita à história.

Não quer dizer que não haja documentos mais antigos que a escrita. Não só os documentos escritos os documentos da história, como no período da pedra lascada e da pedra polida, do período da idade do ferro e do bronze, não faltam documentos por aí… e não havia escrita, mas dessas épocas já aparecem alguns hieróglifos.

Documentos escritos só aparecem quando no Oriente o homem começou a traduzir por sinais alfabéticos, talvez os fenícios, um milénio antes de Cristo (?) e de lá até cá chegaram à Ibéria, talvez os primeiros escritos celtibéricos, pré-românicos, latinos, gregos, conforme os povos encontrados nas diversas zonas da Península Ibérica como os lusitanos foram “aglutinados” pela língua românica, a latina.

Temos muitos documentos anteriores à história e, se a história começou pela escrita, antes aconteceu a pré-história. Já não são tantos esses documentos como gostávamos de observar e conhecer, pelo menos na antiguidade.

Há por aí estelas funerárias, algumas inscrições de actos episódicos inscritos em pedra, em cerâmica, em bronze, etc…

Possuo talvez uma estela funerária com uma inscrição celta que descobri num castro. Eu digo “talvez” porque já mostrei a especialistas, um deles professor de uma Universidade Alemã e hábil em línguas celtas, mas ninguém disse que não era; todos disseram que seria, mas o meu amigo professor ficou de me dar a leitura da inscrição e nunca mais ma deu.

Outra pedra, pedaço de um tranqueiro de uma porta com inscrição (grega?). Parece uma inscrição grega!

Outras, eu conheço na Serra d’Arga do tempo da idade da pedra com hieróglifos e também da idade do ferro…

Vejamos a linguística de palavras fulcrais da natureza, os quatro elementos fundamentais da natureza: como a Terra, a Água, o Ar e o Fogo (Luz).

Têm fonemas semelhantes, só variam conforme o domínio sobre os fonemas indo-europeus: os fenícios, os latinos, os eslavos, os germanos, os gregos, etc…

Assim a Terra nos eslavos e germânicos o fonema “and” à volta de”Land”, igual a terra e nos latinos “terra” terra com é aberto. A água é em quase todas as línguas formada, ou contém a letra gutural “a”, primeira letra do alfabeto. Mesmo no francês “eau” até é semelhante ao au de auga e o “ô” russo

Deste modo o ar também tem e, em quase todas as línguas, o “a” e o “é” “ae” entram na composição da palavra.

Assim como a Luz a letra “a”, “u”, e “i”, por “ai” aparece com frequência. Temos luz, lume, lumière, feu, etc…

Não são muitos os fonemas conhecidos indo-europeus, e outros pré-romanos, mas podemos apontar algumas pré-indo-europeias (alb – altura; bes, ves, vis = altura; can, cand, cant, car = rocha, pedra; cor = monte; com, cun = colina; gan = cima; mes, mis = mesa; moc, muc = pico; mak = colina; mot, mont = montículo; peck, pitt = prominência; tut, tot, tanc = expressivo; ar, aran = corrente de água; ara = água; mar, mer, mir, mur = água parada ou que resuma; nar, nor, ner, naur = água; tan = corrente de água; bai = rio; bai+xa = ribeira; car+b = planta de terreno fragoso; slatta = vara; matt = maciço.(…) Lim (Lima) é de origem indo-europeia e significa terreno lamacento, lodoso. terreno fragoso; slatta = vara; matt = maciço.(…); Asco (sufixo) = Pa+nasco = Panasco; Antia – entia = Palência, Argança; Ace = Alface, Peace; Paz, Cabaz, Ufaz, segundo Mendes, Pidal; Ice = Penerice, Beiriz, Sabariz; Oc = Queiroz; Karim =Abrantes; Aires = ar = aar (águia); Alba = pedra preciosa; Celta: art = urso; ur = grande; Badi = Badih de árabe famoso; Sabino = povo da Itália vizinho dos latinos; Azur = ajudante em hebreu; Amb = leito; abaço significa maçã; ad-dur = “as casas”; Ayn = fonte; Anya – rio de água estancada;

 A linguagem é como um rio nasce na fonte e segue o seu caminho, recebe água de outros afluentes e vai ter ao imenso mar. A linguagem quando nasceu assim foi uma, duas, três e mais ao mesmo tempo através dos povos saídos da pré-história em que já eram utilizados alguns hieróglifos, expressões com imagens, de ideia que o homem tinha.

Cada tribo nação, cada povo tinha a sua linguagem, aliás era um dos elementos necessários à identificação cultural à criação de tribos, de povos, de nações, do nome, como a religião, os costumes e tradições e até a “política”; assim nasceu o natal ismo, a terra natal, o patriotismo.

A linguagem tem margens como um rio, mas desde que nasça é sempre um risco porque vai como a água ter a todo lado, até ao mar. O “mar” de agora está a ser colonizado pela linguagem inglesa. É a linguagem que anda através das migrações, através das uniões políticas, económicas e globais. Assim aconteceu com todos os povos colonizadores e não podemos esquecer a nossa linguagem portuguesa que chegou não só às próximas ex-colónias, mas ainda hoje há no dicionário malaico e em várias zonas do Oriente e na América Latina umas centenas de palavras portuguesas, na India, na China, por todos os locais por onde os nossos antepassados andaram. Hoje não acontece isso, mas a globalização, os interesses económicos e políticos à mistura com a velocidade que a evolução atinge, é preciso saber inglês sem o qual fica ultrapassado em tudo… Então globalmente é útil que haja uma só linguagem. Tudo é global e até a língua será global – a linguagem inglesa será o futuro, o proto  europeu ou proto global dos séculos desta era… Tudo o resto será equiparado ao pré-indo-europeu.

Creio que não estou muito longe da verdade e, desde que nasceu a linguagem o maior risco é esse, porque, perder a identidade cultural ligada à sua terra natal, se estão a questionar princípios e valores que se perdem tão velozmente como os foguetes multicolores quando rebentam na escuridão da noite.

Seja como for. A linguagem, e eu não sei nada de linguística, por isso não deixa de ser a minha opinião, mas parece-me que esta está a ser uma exigência que hoje quem já não souber inglês não pode andar pelo mundo muito longe da sua terra.

Quando esta passou à escrita, isto é, começou o Homem a reduzir as suas ideias a sinais e a comunicar, um pedaço de barro com escrita do século XIV A. C. foi encontrado em Jerusalém.

É esta escrita que começa a completar a significação da história dos documentos mortos, a dar-lhes vida e descobrir melhor o seu sentido através da linguagem, pois a tradição, a história que passa de geração em geração não deixam de ser documentos, mas só pela linguagem escrita toma forma de um documento mais eficaz que logo cada um descobre o que significa sem margem para dúvidas. Será ou não será isto?
( Continua…)

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