EXEMPLO!
Aqui e ali há lamentos de
que muitas pessoas deixam a celebração da Eucaristia, sobretudo nas férias. E
as igrejas ressentem-se dessas faltas. E certo que ainda este ano ouvi que nas
praias as igrejas estavam repletas e em Fátima a mesma coisa. Mas que há muita
gente a esquecer os seus deveres cristãos não há dúvidas. Por isso lembrei-me
do exemplo duma jovem deficiente que foi encontrada a rastejar a caminho da
Missa.
Um grupo de religiosas da
congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados conta-nos que no caminho
para Chissano (Moçambique) viram ao longe algo que lhes meteu medo. Quando se
aproximaram, constataram, para sua surpresa, que era uma jovem a rastejar.
«Pudemos estabelecer uma
conversa com ela através de uma senhora que passava por ali e que nos traduziu
o que ela nos relatava em dialecto chan- gana. A Olivia, era esse o seu nome,
ia para a Missa, o que fazia todos os domingos, embora fosse deficiente e
tivesse de ir de rastos. Era assim que se deslocava nos 4 quilômetros de caminho
da sua casa a igreja.
As religiosas conseguiram
comprar- lhe uma cadeira de rodas e hoje essa jovem de 25 anos é uma das suas
protegidas.
Antes de dispor da cadeira
de rodas, a areia do caminho queimava-lhe o corpo, mas ainda assim ia
rastejando para a eucaristia, «dando um testemunho de superação e de fé
heróica». Este testemunho da Olivia faz-nos vir à memória o que responderam
alguns cristãos da Abitínia aos seus algozes que os acusavam de transgredir a
lei que proibia a sua participação na Eucaristia: «nós não podemos viver sem o
domingo». Provera a Deus que os cristãos de hoje ainda pudessem dizer o mesmo
com verdade!
Nos nossos dias, muitos
cristãos com facilidade se dispensam da participação na Missa dominical, arranjando
desculpas fáceis para esta falta. Ele é o cansaço do trabalho ou a falta de
meio de transporte, ou mesmo, o que é pior, a falta de sentido do mistério que
se celebra.
Não admira, pois, que a
vida de muitos baptizados pouco ou nada tenha a ver com o que Cristo pregou e
pelo qual deu a vida. E que o nosso mundo esteja a sofrer de graves enfermidades.
In 0 amigo do povo,
07.09.2012
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