segunda-feira, 3 de junho de 2013

O CORAÇAO JESUS NO CORAÇAO DO DISCÍPULO ¨¨¨¨ Mês de Junho - Mês do Sagrado Coração de Jesus



Mês de Junho - Mês do Sagrado Coração de Jesus

Um dos pilares fundamentais em que assenta a espiritualidade do Apostolado da Oração é o Coração de Jesus. Esta tradição tão rica e tão profunda da espiritualidade cristã não poderia ficar defora do processo de recriaçãodo Apostolado da Oração. Mais ainda, é precisamente na devoção ao Coração de Jesus que o processo de recriação encontra o seu núcleo e ponto de partida.


 

A recriação do Apostolado da Oração passará necessariamente por proporcionar aos seus membros e às pessoas que vivam esta espiritualidade a experiência concreta e pessoal do Amor de Deus nas suas vidas. Mais do que uma experiência comunitária, alimentada por práticas de- vocionais, a espiritualidade do Coração de Jesus assenta na oração pessoal e na descoberta da Pessoa de Jesus como o rosto de Deus Pai. Ele e o Pai são um só e quem vê o Filho vê o Pai (cfr. Jo 14,9). Por isso mesmo, contemplando a pessoa de Jesus, contemplamos o mistério do próprio Deus, aprendemos como Deus age, como Deus fala, como Deus toca a realidade humana.

Este tocar a realidade humana abarca toda a história e todas as situações que os homens e as mulheres de todos os tempos vivem. O Emanuel, Deus-connosco, mostra-nos e indica-nos um estilo de vida, um modo de amar e de nos relacionarmos uns com os outros. O centro da mensagem do Evangelho é a entrega da própria vida por amor. Neste sentido, é em Jesus cru­cificado que contemplamos esta mesma entrega.

O Calvário, como o lugar mais tenebroso da história de Jesus de Nazaré, assume-se então como o lugar da manifestação do poder de Deus. Ele, no máximo da sua fragilidade, apresenta o máximo da sua proximidade com o gênero humano. Partilha e sofre as nossas dores, dando-lhes um sentido, entregando-Se como gesto de perdão.

Na Constituição Pastoral Gaudium et spes, do Concilio Vaticano li, é-nos dito de forma extraordinária o modo como Cristo nos revela quem somos verdadeiramente: «o mistério do homem só no mistériodo Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão,oprimeiro homem,era efectivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (Gaudium et spes, 22).

ConhecendoeexperimentandoJesusna oração pessoal, descobrimos quem somos e a que destino somos chamados. A vocação sublime do ser humano é ser Cristo, fazer o que Ele nos mandou, dar carne ao seu mandamento novo: «Que vos ameis uns aos outros» (Jo 13,34); «Não há maior prova de amor do que entregar a vida pelos amigos» (Jo 15,13). 0 discurso da última ceia de Jesus no Evangelho de S. João é toda uma proposta de vida e a manifestação da nossa vocação como seres humanos totalmente identificados com Cristo.

Esta nova etapa da recriação do Apostolado da Oração é apresentada pelo documento da seguinte forma: «Acreditamos com audácia nas promessas de Cristo que afirmam o seu desejodehabitarocoraçãodaquelesqueconsidera seus amigos. O horizonte definitivo deste caminho do coração é viver em Cristo e que Cristo viva em mim. É um caminho de transfor­mação interior no qual o Espírito deseja levar o cristão à identificação total com Cristo, na sua mente, corpo e alma. É o que desejamos e pedimos todos os dias, com alma de pobre, sabendo que alcançá-lo nunca será fruto apenas dos nossos esforços. Acreditamos que esta transformação nos é dada de modo privilegiado na Eucaristia, onde o próprio Cristo vem a nós no seu Corpo e no seu Sangue e nos modela interiormente segundo o seu Coração eucarístico, a fim de ser e actuar como Ele».

O Mistériode Cristo mortoe ressuscitado continua presente na sua Igreja, de modo privilegiado no sacramento da Eucaristia. Neste sacramento se renova continuamente a entrega de Jesus no Calvário e a vida nova da Ressurreição. Ao comungarmos, identificamo-nos cada vez mais com Ele, através do dom extraordinário que é Ele próprio.       Antônio Valério, s.j., in Ecos da Meadela

 

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