terça-feira, 9 de julho de 2013

A ABELHEIRA * UM TESTEMUNHO DE UM ABELHEIRENSE--1986



É neste contexto, conforme já se depreende, que surge o lugar de Abelheira, na zona oriental na cidade, lugar antigo, característico e tipicamente rural, onde vivem os Cambões, os Balinhas, os Maduros, os Gaivotos, os Cabanelas e os Arezes.

Em tempos recuados de que não há memória, diz a tradição que o rio chegou à Cruz das Barras. Não sei se a tradição apareceu para explicar a razão de ser do topónimo e pelos seixos rolados que abundam até àquela zona; mas, o que é certo, é que isso se verifica e, se o rio chegou lá ou não, quem poderá responder com certeza?

Creio que as transformações geográficas e hidrográficas da nossa cidade devem ter sido profundas, sobretudo, em relação ao rio, que foi mais fundo, que se assoreou e se alargou para o lado sul. Por isso, os investigadores deviam ter isso em conta, quando se dedicam ao estudo do nascimento de Viana e à desagregação do povoado castrejo de Santa Luzia, assim como à sua romanização.

Não restam dúvidas que a vila de Castro, referida pelos diversos historiadores do século passado, se situava na Abelheira e, pela Abelheira, estou convencido, passaram muitos daqueles que vieram formar a povoação que deu origem a Viana.
 
 
Entrada do Quintal de José Carvalhido Pinheiro. Era de sua esposa Maria Arezes, recentemente falecida. Pertenceu em primeira mão a um Gaivoto que esteve no Brasil e, depois, foi comprada por João Martins.



A descida dos povos, da citânia de Santa Luzia, deu-se também pela Abelheira. No século XIII, a vila de Castro era notoriamente uma povoação rural que chegava ao rio, porque, além de pagar ao Rei produtos da terra, também pagavam sal, que era o produto explorado no rio.



Não é certamente fundamentado nisto que ouço, com frequência, aos mais velhos deste lugar, dizer que a Abelheira era tudo isto: apontando para o rio. Isto é, a Abelheira chegava ao rio e a Valverde.

No século XVIII, é freqüente em documentos de assentos de baptismo, sobretudo, aparecerem referências à Rua da Bandeira, como: Rua da Bandeira do lugar da Abelheira, ao Bairro da Bandeira do lugar da Abelheira, à Bandeira da Abelheira, à Bandeira da Quelha do Bacalhau, à Bandeira do Carmo, à Bandeira da Leira Longa, à
 
 
 Entrada da Quinta do Ferreirinha, na Abelheira.
 

 Bandeira da Quelha das Trincheiras.                                                        


Tanto a Quelha das Trincheiras, como a da Leira Longa, como a Quelha Bacalhau, eram caminhos que entravam pela Abelheira dentro. Isso é ainda nosso tempo.

Por aqui se vê, que aquilo que os velhos dizem ter ouvido aos seus avós capaz de ter muito fundamento e que havia necessidade de um estudo mi profundo para ver se chegávamos à origem.

A toponímia por si, pouco vale, mas é sempre um elemento de informação p. o investigador ter em conta no reforço da sua posição. E, se a toponímia é u pedra de xadrez a considerar, também na investigação que significado terão topónimos existentes no lugar como «Cidade Ibérica», «Castelo Velho», «Cavaleir «Cataloa» e «Barronco»?

Um dos argumentos invocados por alguns investigadores sobre a localização «villa de Castro», no lugar da Abelheira é o texto das inquirições de D. Afonso a propósito da paróquia de «S. Salvador de Atrio» e que passo a transcrever:

«Item, de Castro quantos lavrarem in seu termio dam al Rey decima secunda. Item, de tritico et de lino et de sal, et de toda legumina, dam al f sesta: et por Sancto Johanne dam cada ano al Rey senos frangaos: et varr anuduva, et pectam voz et caonia, et dam loitosa, et fazem todos outros fac quomo fazem os d Atrio: et est pousa dei Rey et do Ricomem».



O grande desenvolvimento deste povoado deveria ter começado, sobretudo, a partir do século XVI, altura em que os mercadores chegados a Viana e que por aqui quiseram fixar-se, naturalmente, seria mais fácil procurar na periferia, um cantinho, uma casa, um lugar onde morar.


Há na Abelheira, o sítio da «França». Este topónimo deve ter origem no apelido «de França»; por isso, será um antroponímico e o referido apelido aparece, de facto, pelo menos, em 1697, em alguns documentos e, em 1845, Antônio José Alves França baptizou um filho. Ainda hoje existem, na Abelheira, os Francos, de apelido, que pode ter sido a corrupção de França.

Há, ainda, um outro sítio conhecido pela «Galiza» e ainda a alcunha «Galego», relacionado com o local, dizendo-se que vieram de Espanha.

O certo é que, em 1898, foi baptizado um neto de «José Lopes e sua mulher Inês da Balinha, galegos de nação, da freguesia de San Pedro Felix de Seleiros - Tuy», e moradores na Abelheira.

 
 
 
Também na capela de S. João, junto do sítio da Galiza, se realizou, em 1600, a 23 de Janeiro, um casamento de flamengos e, um ano antes, tinha casado o Antônio Lopes, natural de Vigo. Também, em pleno século XVIII, José Rodrigues Gaivoto casou com uma espanhola.
Claro que por este texto se verifica que esta villa era essencialmente agrária, pois pagavam ao Rei toda a espécie de legumes, linho, trigo, frangos, para além dos foros que pagavam os de Atrio, com as suas obrigações e direitos. O facto de pagar sal é porque era também uma das suas fontes econômicas, o que leva a supor terem salinas no rio.

É também na zona da Abelheira que Tomaz Simões Viana encontrou no sítio das Necessidades, da Cavaleiria, da Torre Velha (17) e nos limites com a Meadela; no Rubins e em Seitas, coup-de-poing (s) quase do mesmo gênero, uns maiores, outros mais pequenos, em quartzite que nos mostra a existência do povoado no período do paleolítico inferior. Além disso, descobriu outro espólio em Seitas, que lhe fez levantar a hipótese de ter havido ali uma necrópole.

Em 1517, Abelheira era julgadoria (18), isto é, tinha população rural suficiente que justificava um representante junto da administração concelhia, a quem lhe era atribuída uma grande responsabilidade social e a presidência do tribunal da aldeia. Tinha, nessa altura, 21 fogos e, em 1573, 37 fogos (19).

Tratava-se, por isso, dum pequeno bairro periférico que cresceu muito a partir da época dos descobrimentos em que o Porto de Viana se desenvolveu estrondosamente.

Segundo o documento «talha ou finta para uma Ponte no Rio Guadiana, de 1517», poderemos fazer uma pequena ideia sobre a população; só haveria um pedreiro e o resto seriam agricultores. Por ser o recenseamento mais antigo, cá em Viana, que nos pode dar informações sobre a população, passo a transcrevê-lo:

Páscoa em 1950, no largo de S. João, junto ao Cruzeiro na Abelheira -- João da Abelheira
 
 
   Páscoa em 1950, no largo de S. João, junto ao Cruzeiro na Abelheira -- João da Abelheira
 
A mulher que foi do Gonçalo da Abelheira,                                                                                                    25 reis
viúva, pobre, isenta
Gil da Abelheira
Filho de Gil da Abelheira
Álvaro Gil e seu irmão
João Lourenço
Martinho da Abelheira
Mulher do Gonçalo Coelho, viúva
João Coelho, seu filho
Martinho Álvares, pedreiro
Gonçalo Rolão
João Gonçalves e seu filho
Afonso Eanes, filho de João Lourenço
Estêvão Rolão
João do Vale
João Dias
 
 


 
Gonçalo, filho de João Lourenço Pero Afonso, pobre, isento João da Abelheira, o Novo João Lourenço Traque


RENDEU                                                                                                        472 reais e meio
Indicação clara que existiam dois pobres que ficaram isentos do pagamento deste imposto, um pedreiro, e que no total rendeu 472 reais e meio, para além  conhecermos 19 famílias. Assim, faltará alguma que tenha fugido ao pagamento dessa postura e que não foi, por isso, mencionada.

Alguns dos melhores toureiros populares de Viana eram da Abelheira (20). C touros, geralmente, gado do monte, que era guardado pelos lavradores do lugar; Ainda se recordam, na Abelheira, de João Gonçalo da Balinha, o último especialistas avisador do gado, o que espetava as farpas para o embravecer.

Em 1863, segundo um Censo da Câmara Municipal de Registo de almas fogos, o lugar da Abelheira teria 84 casas, 12 quintas e 305 almas.
 
 
 
 
(17)  VIANA, TOMAZ SIMÕES, «Estações Paleolíticas da Abelheira e Meadela - Viana do Castelo «Almanaque de Ponte de Lima (Viana do Castelo, 1933)

(18)  MOREIRA, MANUEL ANTÔNIO FERNANDES, O Porto de Viana do Castelo na Época dos

Descobrimentos, (Viana do Castelo - 1984), pp.81.

(19)  IBIDEM

(20)  MOREIRA, MANUEL ANTÔNIO FERNANDES, 0 Município e os Forais de Viana do Castelo (Viana do Castelo - 1985), pp.209.


Antônio Alves Franco, nascido em 21/11/1904, na Abelheira, assim como os seus pais e seus avós, casado com Laura Fernandes, também nascida na Abelheira, é um homem muito conhecido não só na Abelheira, mas em toda a cidade. É conhecido por «Gaivota».

«Ipsis verbis» aqui vou registar o seu testemunho sobre como conheceu a Abelheira:


O lugar da Abelheira era pequenino: era constituído só por três famílias: os Cambões, os Balinhas e os Lopes, porque, naquele tempo, ainda eu não era nascido, essas famílias, para ficarem com os bens juntos uns aos outros, casavam primos e até que ... ai daquele que ousasse procurar uma rapariga daqui para casar ... era logo corrido. Agora ... agora não. O lugar da Abelheira é constituído por um cento de famílias estranhas.

No aspecto religioso, não é como agora. Antigamente, novos e velhos ninguém faltava à missa. As famílias, reunidas em casa, todas rezavam o terço; agora isso não se usa.

A família, a mocidade de outros tempos era muito unida. Ao domingo, ou dia santo não havia missa cá no lugar, na capelinha, e por isso, ia-se à Matriz, a Viana à missa das 10 horas, todos juntos. Veio para aqui iniciar a missa um padre daqui da Meadela, que veio da África, o chamado padre Zé Gomes; eu era  rapaz. Assim como a novena do Menino, fui eu e os meus colegas; já faleceram todos. Fomos nós que iniciámos a novena do Menino, tinha eu dezoito anos.

A novena do Menino era feita numas condições que hoje já não se podia fazer, porque a missa era diferente. Naquele tempo, era em latim e dava para a gente rezar; hoje, já não dá, porque o povo tem de responder àquilo da missa. A novena tinha uma orquestra e hoje já não podia ter, porque o povo tem de responder; a orquestra era composta por uns dez elementos. Era muito lindo. Rezava-se, todos os dias, nove versos ao Menino, cânticos, tinha a ladainha e a Exposição do Santíssimo ... aquelas coisas todas, porque o povo rezava aqueles pontos da missa, mas não respondia, quem respondia era o ajudante. A missa é que dava para essas coisas. Bom, mas agora também está bem.

Havia depois um leilão e o dinheiro que sobrava, ficava de um ano para o outro, pagava-se ao Senhor Padre, ao fogueteiro, à música, etc.

Havia também a festa da Senhora das Necessidades; era quase idêntica à de agora, era só no sábado e no domingo. No sábado, apareciam as mordomas com cestos de flores para fazer o arco; as raparigas tinham brio - era cada uma a ver
qual era o melhor cesto; cobria-se o arco como se fazia nas aldeias, havia uma banda de música a animar; no domingo, a procissão saía da Matriz pela manha missa cantada com três padres e, de tarde, o leilão.

Eu aqui conheci o abade velhote que era de Monção, estava na Matriz tempo do meu avô e do meu pai.

Depois conheci o Senhor Padre Corucho, veio o Senhor Padre Cunha, depois falecer o Senhor Padre Corucho. Quem era o capelão aqui na Abelheira ... era o velhotinho - o Senhor Padre Domingos, que era o capelão da Caridade e era Outeiro.

A festa sempre se fez, penso que ainda não era nascido. Não havia missa capelinha, mas fazia-se a festa, que era feita pela Comissão de Culto.
 
 
 

No aspecto religioso, não é como agora. Antigamente, novos e velhos ninguém faltava à missa. As famílias, reunidas em casa, todas rezavam o terço; agora isso não se usa.

A família, a mocidade de outros tempos era muito unida. Ao domingo, ou dia santo não havia missa cá no lugar, na capelinha, e por isso, ia-se à Matriz, a Viana à missa das 10 horas, todos juntos. Veio para aqui iniciar a missa um padre daqui da Meadela, que veio da África, o chamado padre Zé Gomes; eu era rapaz. Assim como a novena do Menino, fui eu e os meus colegas; já faleceram todos. Fomos nós que iniciámos a novena do Menino, tinha eu dezoito anos.

A novena do Menino era feita numas condições que hoje já não se podia fazer, porque a missa era diferente. Naquele tempo, era em latim e dava para a gente rezar; hoje, já não dá, porque o povo tem de responder àquilo da missa. A novena tinha uma orquestra e hoje já não podia ter, porque o povo tem de responder; a orquestra era composta por uns dez elementos. Era muito lindo. Rezava-se, todos os dias, nove versos ao Menino, cânticos, tinha a ladainha e a Exposição do Santíssimo ... aquelas coisas todas, porque o povo rezava aqueles pontos da missa, mas não respondia, quem respondia era o ajudante. A missa é que dava para essas coisas. Bom, mas agora também está bem.

Havia depois um leilão e o dinheiro que sobrava, ficava de um ano para o outro, pagava-se ao Senhor Padre, ao fogueteiro, à música, etc.

Havia também a festa da Senhora das Necessidades; era quase idêntica à de agora, era só no sábado e no domingo. No sábado, apareciam as mordomas com cestos de flores para fazer o arco; as raparigas tinham brio - era cada uma a ver
qual era o melhor cesto; cobria-se o arco como se fazia nas aldeias, havia uma banda de música a animar; no domingo, a procissão saía da Matriz pela manha missa cantada com três padres e, de tarde, o leilão.

Eu aqui conheci o abade velhote que era de Monção, estava na Matriz tempo do meu avô e do meu pai.

Depois conheci o Senhor Padre Corucho, veio o Senhor Padre Cunha, depois falecer o Senhor Padre Corucho. Quem era o capelão aqui na Abelheira ... era o velhotinho - o Senhor Padre Domingos, que era o capelão da Caridade e era Outeiro.

A festa sempre se fez, penso que ainda não era nascido. Não havia missa capelinha, mas fazia-se a festa, que era feita pela Comissão de Culto.





                                                                           Casa do « Castelo Velho », na Abelheira
 
 

 

 

Para fazer a festa, faziam-se os peditórios: ia-se para a Meadela, dava-se a volta na Abelheira, ao comércio da cidade e até nem era preciso pedir; o comércio dava mesmo sem pedir, claro que aquela procissão era qualquer coisa!...

A Abelheira começava nos Rubins, ia até ao Senhor do Alívio, S. João d’Abelheira no Bairro Jardim (aquilo era tudo campos e foram expropriados e construíram o Bairro Jardim) e até lá abaixo, ali a S. João. S. João que era da Abelheira, assim com S. João d’Arga.

Na Páscoa, havia aqui na Abelheira a festa na Matriz e procissões. Houve aqui muitos anos, a procissão do Senhor aos Enfermos e ... todo o caminho e estrada por onde passava a procissão era entapetado de flores. Um ano, tão bem prepare estava que o Padre Corucho, que era o abade da Matriz e que todos os primeiros domingos do mês vinha dizer a missa à capela ... veio aqui, nesse ano, e fez; procissão aos doentes e depois foi para a Matriz para a missa das 10 e disse para todo o povo que estava: «Olhai, ide à Abelheira ver o que lá está!».
 
 
 
 
 

A capelinha era uma capelinha pequena como a do Senhor do Alívio e tinha fora da porta um alpendre como na Senhora da Cabeça, mas depois houve uma certa comissão que fez uma capela maior do que a que estava. Isso foi no tempo dos meus avós.

A minha avó contava-me que a mãe do Antônio Ferreiro (o Arturinho), foi pôr de penhor um cordão de ouro para pagar a parte que coube ao homem dela como membro da comissão, por não ter chegado o dinheiro para a ampliação da capela. Isso seria por 1910.

A propósito da capelinha do Senhor do Alívio não era como é hoje: estava mais funda e descia-se por uns degraus para o adrozinho que tinha a capelinha. No inverno, era um poço de água. Deve haver lá uma pedra dessa capelinha mais velha; mais tarde, foi levantada. Recorda-me dessa obra. Ali era a Cruz das Barras, porque o mar chegou a vir até ali. A Estrada que vai para a Senhora das Necessidades era um caminho velho como todos os caminhos da Abelheira, de lama, calçada e águas correntes.

O Senhor do Alívio é muito querido; vêm muitos romeiros da Ribeira ao Senhor da Prisão e, ao passar ali, deitam a esmola ao Senhor do Alívio para aliviar as dores. O Correia Balinha e o Jerónimo chegaram a fazer parte de uma comissão de festas ao Senhor do Alívio. Depois juntou-se á festa da Senhora das Necessidades.

Já me esquecia de dizer que tanto o João Alves Cerqueira como o filho era tudo o que a gente pedisse, mas havia aí um par deles que foi pena terem morrido. Eu próprio tenho organizado muitos passeios para a gente da Abelheira, para todos os lados, até para a Espanha, mas os que me deram mais satisfação foi o da Senhora da Peneda e conheci a Senhora de Fátima como sendo tudo monte.

Fui dez anos da novena do Menino. Fui, depois de casado, seis anos da Comissão de Culto; saí e, mais tarde, voltei outros seis anos, ampliámos a capela e comprámos o orgão, isto já depois de criada a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que muito veio beneficiar a nossa terra, mas há poucos fundos para aguentar a paróquia.

A gente da Abelheira puxava para a Bandeira e os da Bandeira diziam o contrário e isto trazia algumas rivalidades, que já acabaram e destas coisas há em todos os lados e, não havendo destas contrariedades, não se arranja nada. Uns dizem bem, outros dizem mal. Este mundo tem de se passar assim.

Os Maduros faziam parte dos Balinhas. As três famílias da Abelheira eram muito grandes.

 
 
 
 

 
 

 



 

 
 
 

 
 
 


 





Casa do « Castelo Velho », na Abelheira




 

Para fazer a festa, faziam-se os peditórios: ia-se para a Meadela, dava-sf volta na Abelheira, ao comércio da cidade e até nem era preciso pedir; o comér dava mesmo sem pedir, claro que aquela procissão era qualquer coisa!...

A Abelheira começava nos Rubins, ia até ao Senhor do Alívio, S. João d’An Bairro Jardim (aquilo era tudo campos e foram expropriados e construíram o Bai Jardim) e até lá abaixo, ali a S. João. S. João que era da Abelheira, assim coi S. João d’Arga.

Na Páscoa, havia aqui na Abelheira a festa na Matriz e procissões. Houve ac muitos anos, a procissão do Senhor aos Enfermos e ... todo o caminho e estrc por onde passava a procissão era entapetado de flores. Um ano, tão bem prepare estava que o Padre Corucho, que era o abade da Matriz e que todos os primei domingos do mês vinha dizer a missa à capela ... veio aqui, nesse ano, e fe; procissão aos doentes e depois foi para a Matriz para a missa das 10 e disse para todo o povo que estava: «Olhai, ide à Abelheira ver o que lá está!».
    





 
 
 
 
 































































































































 
 
 
 

 
 














































 

 


 
                                        
 
 
 









 

 









 
 





































 
 

 
 
 
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