O
Milagre do Sol
Faz
hoje 93 anos que, em Fátima, se deu o «Milagre do Sol», durante a 6.?
e última aparição pública de Nossa Senhora, a três crianças: Lúcia, com 10
anos, Francisco, com 9 e Jacinta, com 7.
Pelas
13h30, apareceu no local onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, fino,
delicado e azulado, que se estendia talvez uns dois metros por cima das suas cabeças
e se evaporava a essa altura. Este fenômeno, perfeitamente visível a olho nu,
durou uns segundos. O fumo dissipou-se repentinamente e, depois de algum tempo,
voltou a aparecer uma segunda vez, e depois uma terceira.
O céu, que
tinha estado encoberto todo o dia, de repente ficou limpo, a chuva parou e
parecia que o sol ia brilhar. Com a chuva que caiu, as roupas e a terra que estavam
encharcadas ficaram completamente secas. Aqui começa o que de extraordinário
aconteceu e que tinha sido anunciado, pela Senhora aos três videntes.
Lúcia,
a mais velhinha, perguntara, em maio, mais de uma vez à Senhora: “Que é que
vossemecê me quer?” E ouviu o que a Senhora lhe dizia: “Quero que continueis a
ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço (...) e no último
mês farei o milagre para que todos acreditem.
O Prof.
Almeida Garret assistiu ao fenômeno e descreve-o assim: «Subitamente ouvi o
alvoroço de milhares de vozes e vi toda a multidão espalhada nesse espaço vasto
aos meus pés virar as costas ao sítio onde, até então, todas as suas
expectativas estavam focadas, e olhar para o sol no outro lado. Eu também me
virei para o ponto que comandava o seu olhar e pude ver o sol, como um disco
muito claro com uma margem muito aguda, que vislumbrava sem ferir a vista. Não
se podia confundir com o sol visto através de um nevoeiro (não havia nevoeiro
nesse momento), pois nem estava velado nem turvo. Em Fátima, mantinha a sua
luz e o seu calor, e sobressaía nitidamente no céu, com uma margem aguda, como
uma grande mesa de jogo. A coisa mais espantosa era poder olhar para o disco
solar por muito tempo, brilhando com luz e calor, sem ferir os olhos ou
prejudicar a retina. [Durante este tempo], o disco do sol não se manteve imóvel,
teve um movimento vertiginoso, não como a cintilação de uma estrela em todo o
seu brilho, pois girou sobre si mesmo num rodopio louco.
Então,
de repente, ouviu-se um clamor, um grito de agonia vindo de toda a gente. O
sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e,
vermelho como o sangue, avançar ameaçadoramente sobre a terra como se nos
fosse esmagar com o seu peso enorme e abrasador. A sensação durante esses
momentos foi verdadeiramente terrível.
Todos
os fenômenos que descrevi foram observados por mim num estado de mente calmo e
sereno sem nenhuma perturbação emocional. Cabe aos outros interpre- tá-los e
explicá-los. Finalmente, tenho que declarar que nunca, antes ou depois de 13
de Outubro [1917], observei semelhante fenômeno solar ou atmosférico» Estamos
como disse, a 13 de outubro, naquela que foi a última aparição pública de
Nos9a Senhora. Nesta aparição, como das outras, Lúcia pergunta à Senhora: “Que
é que vossemecê me quer?”
E a
visão responde: “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra; eu
sou a Senhora do Rosário, e quero que continuem sempre a rezar o terço todos
os dias”.
Schwebel
considera que o fenômeno foi extra-sensorial e sobrenatural. Este autor
afirma que o fenômeno não é único, conhecendo- -se vários casos de religiosos
que aludiram a visão de luzes brilhantes no céu.
Stanley
L. Jaki, beneditino e autor de livros que tentam conciliar a ciência e o
catolicismo, propôs uma teoria para o milagre. Para ele, o fenômeno pode ter sido
meteorológico em natureza, mas o facto de ter ocorrido no exacto tempo
prenunciado é um milagre.
0 acontecimento
foi oficialmente aceite como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro
de 1930. Em 13 de outubro de 1951, o cardeal Tedeschini afirma que, em 30 de
outubro, 31 de outubro, 1 de novembro e 8 de novembro, o Papa Pio XII
presenciou um fenômeno semelhante enquanto passeava nos jardins do Vaticano.
Nota:
Servi-me do testemunho presencial e insuspeito do Professor José Maria Almeida
Gar- rett, e do livro Fátima do cônego C. Barthas.
In Diário do Minho
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