quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Milagre do Sol in Diário do Minho


O Milagre do Sol

 No dia 13 de maio de 1917, três pastorinhos, enquanto guardavam os rebanhos, tiveram uma aparição, que se re­petiu em todos os dias 13 até ao mês de outubro.

Faz hoje 93 anos que, em Fátima, se deu o «Milagre do Sol», durante a 6.? e última aparição pública de Nossa Senhora, a três crianças: Lú­cia, com 10 anos, Francisco, com 9 e Jacinta, com 7.

Pelas 13h30, apareceu no local onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, fino, delicado e azulado, que se estendia talvez uns dois metros por cima das suas ca­beças e se evaporava a essa altura. Este fenômeno, perfeitamente visí­vel a olho nu, durou uns segun­dos. O fumo dissipou-se repenti­namente e, depois de algum tem­po, voltou a aparecer uma segunda vez, e depois uma terceira.

O céu, que tinha estado encoberto todo o dia, de repente ficou lim­po, a chuva parou e parecia que o sol ia brilhar. Com a chuva que caiu, as roupas e a terra que es­tavam encharcadas ficaram com­pletamente secas. Aqui começa o que de extraordinário aconteceu e que tinha sido anunciado, pela Se­nhora aos três videntes.

Lúcia, a mais velhinha, pergunta­ra, em maio, mais de uma vez à Senhora: “Que é que vossemecê me quer?” E ouviu o que a Senho­ra lhe dizia: “Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço (...) e no último mês farei o milagre para que todos acreditem.



 

O Prof. Almeida Garret assistiu ao fenômeno e descreve-o assim: «Su­bitamente ouvi o alvoroço de mi­lhares de vozes e vi toda a multi­dão espalhada nesse espaço vas­to aos meus pés virar as costas ao sítio onde, até então, todas as suas expectativas estavam foca­das, e olhar para o sol no outro lado. Eu também me virei para o ponto que comandava o seu olhar e pude ver o sol, como um dis­co muito claro com uma margem muito aguda, que vislumbrava sem ferir a vista. Não se podia con­fundir com o sol visto através de um nevoeiro (não havia nevoeiro nesse momento), pois nem esta­va velado nem turvo. Em Fátima, mantinha a sua luz e o seu calor, e sobressaía nitidamente no céu, com uma margem aguda, como uma grande mesa de jogo. A coi­sa mais espantosa era poder olhar para o disco solar por muito tem­po, brilhando com luz e calor, sem ferir os olhos ou prejudicar a re­tina. [Durante este tempo], o dis­co do sol não se manteve imó­vel, teve um movimento vertigino­so, não como a cintilação de uma estrela em todo o seu brilho, pois girou sobre si mesmo num rodo­pio louco.

Então, de repente, ouviu-se um cla­mor, um grito de agonia vindo de toda a gente. O sol, girando lou­camente, parecia de repente sol­tar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar amea­çadoramente sobre a terra como se nos fosse esmagar com o seu peso enorme e abrasador. A sen­sação durante esses momentos foi verdadeiramente terrível.

Todos os fenômenos que descrevi foram observados por mim num estado de mente calmo e sereno sem nenhuma perturbação emo­cional. Cabe aos outros interpre- tá-los e explicá-los. Finalmente, te­nho que declarar que nunca, an­tes ou depois de 13 de Outubro [1917], observei semelhante fenô­meno solar ou atmosférico» Estamos como disse, a 13 de ou­tubro, naquela que foi a última apa­rição pública de Nos9a Senhora. Nesta aparição, como das outras, Lúcia pergunta à Senhora: “Que é que vossemecê me quer?”

E a visão responde: “Quero di­zer-te que façam aqui uma capela em minha honra; eu sou a Senho­ra do Rosário, e quero que conti­nuem sempre a rezar o terço to­dos os dias”.

Schwebel considera que o fenôme­no foi extra-sensorial e sobrenatu­ral. Este autor afirma que o fenô­meno não é único, conhecendo- -se vários casos de religiosos que aludiram a visão de luzes brilhan­tes no céu.

Stanley L. Jaki, beneditino e autor de livros que tentam conciliar a ciência e o catolicismo, propôs uma teoria para o milagre. Para ele, o fenômeno pode ter sido meteoro­lógico em natureza, mas o facto de ter ocorrido no exacto tempo prenunciado é um milagre.

0 acontecimento foi oficialmente aceite como um milagre pela Igre­ja Católica em 13 de outubro de 1930. Em 13 de outubro de 1951, o cardeal Tedeschini afirma que, em 30 de outubro, 31 de outubro, 1 de novembro e 8 de novembro, o Papa Pio XII presenciou um fenô­meno semelhante enquanto passe­ava nos jardins do Vaticano.

Nota: Servi-me do testemunho presencial e insuspeito do Pro­fessor José Maria Almeida Gar- rett, e do livro Fátima do cônego C. Barthas.

In Diário do Minho

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