segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Matrimónio e a Família, no “Plano de Deus”



 


2012 - Outubro, 7: Solene concelebração eucarísti- ca, domingo de manhã, na Praça de S. Pedro, presidida por Bento XVI, com mais de 250 bis­pos que participam, no Vaticano, na Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evange- lização para a transmissão da Fé, durante as três semanas seguin­tes, até ao dia 28.

I\la homilia, o Papa refletiu breve­mente sobre a “nova evangeliza- ção”, fazendo notar a diferença en­tre o primeiro anúncio do Evange­lho a quem nunca ouviu falar de Cristo e do Evangelho e a evange- lização dos batizados que se afas­taram da fé e da Igreja. A propósi­to, Bento XVI recordou que a Igre­ja existe para evangelizar! Como aconteceu logo no princípio com os primeiros discípulos que, fiéis ao mandamento do Senhor, parti­ram pelo mundo a anunciar a Boa Nova, fundando por toda a parte comunidades cristãs que cresce­ram e frutificaram.

Detendo-se nas leituras da Mis­sa desse domingo, Bento XVI in­terrogou-se sobre “o que signifi­cam hoje para nós” as palavras do Gênesis, retomadas por Jesus no Evangelho: “Por isso, o ho­mem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles se­rão uma só carne”.

Continuando, o Papa observou: “Pa- rece-me que nos convida a tornar- mo-nos mais conscientes de uma realidade já conhecida, mas talvez pouco apreciada: “o matrimônio constitui, em si mesmo, um Evan­gelho, uma Boa Nova para o mun­do de hoje, em particular, para o mundo descristianizado. A união do homem e da mulher, o ser “uma só carne” na caridade, no amor fecundo e indissolúvel, é um sinal que fala de Deus com força, com uma eloqüência que atualmente se torna ainda maior porque, infeliz­mente, por diversas razões, o ma­trimônio, de modo particular nas regiões de antiga tradição cristã, está a passar por uma crise mui­to profunda.

“O matrimônio fundamenta-se, en­quanto união do amor fiel e in­dissolúvel, na graça que vem de Deus Uno e Trino, que em Cristo nos amou com um amor fiel até à Cruz. Estamos em condições de compreender toda a verdade des­ta afirmação, que contrasta real­mente, com a dolorosa realidade de muitos matrimônios que, infe­lizmente, acabam mal”.

Bento XVI destacou também que existe uma “clara correspondên­cia entre a crise da fé e a crise do matrimônio. E como a Igre­ja afirma e testemunha há muito tempo, o matrimônio é chamado a ser não apenas objeto, mas o sujeito da nova evangelização. É o que já se vê em muitas expe­riências ligadas a comunidades e movimentos, mas também se ob­serva, cada vez mais, nas dioceses e paróquias, como muito bem foi demonstrado no ainda recente En­contro Mundial das Famílias.

É visível, mas nunca será demais repetir, que o matrimônio é santo e caminho de santidade. Por isso, o casal cristão pode e deve tam­bém testemunhar com a sua do­ação e entrega generosa, o amor de Deus pela humanidade.

No Evangelho deste domingo, pode­mos ver também como Jesus res­pondeu ao ser interrogado sobre o divórcio permitido pela lei de Moi­sés: “Moisés permitiu-o por causa da dureza do vosso coração. Mas desde o começo da Criação Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só car­ne. Portanto, o que Deus uniu não o separe o homem”.

Diante da perplexidade dos discí­pulos, Jesus concluiu que “quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério”. As­sim como acontece com a mu­lher que se separa do marido e se liga a outro.

Numa época em que muitos procu­ram destruir ou desfigurar a famí­lia, é urgente proclamar o Plano de Deus sobre o Matrimônio e a Fa­mília. Não se trata de uma norma da Igreja, é sim o Plano de Deus Criador, reafirmado por Cristo, onde as crianças têm necessariamente, um lugar primordial. Quando sur­gem problemas de desagregação da família, não podemos ignorar que são sempre as crianças - os filhos - as maiores vítimas.

Por tudo isto, “o matrimônio, para um cristão, não pode ser, - por­que não é -, uma simples insti­tuição social; é uma autêntica vo­cação sobrenatural, que S. Paulo define como “Sacramento grande em Cristo e na Igreja” e, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem e uma mulher es­tabelecem para sempre, porque - queiramos ou não - o matrimônio instituído por Jesus Cristo é indis­solúvel: sinal sagrado que santifica, ação de Jesus que se apossa da alma dos que se casam e os convi­da a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial em um caminho divino sobre a terra” (S. Josema- ria, Cristo que passa, 23).

                                                                                                                          In Diário do Minho,de 25/10 de Maria Helena Marques

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