terça-feira, 27 de novembro de 2012

D. Jorge Ortiga diz que a política vive momento de «profunda desorientação, disse D. Jorge Ortiga


A Comissão Arquidiocesana para a Pastoral Social e a Mobilidade organiza, no dia 30, auditório da Faculdade das Ciências Sociais, da UCP, em Braga, mais um Fórum para as Instituições Sociais que, este ano, reflete sobre envelhecimento ativo.


D. Jorge Ortiga diz que a política vive momento de «profunda
 
desorientação»
 

 
Álvaro Magalhães
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral e Mo­bilidade Humana, D. Jorge Ortiga, defende que, no mo­mento social atual, o «me­lhor contributo» que a Igre­ja pode dar para se conse­guir uma sociedade solidária passa pela «Doutrina Social da Igreja» que «tem de che­gar à cultura social, dentro e fora da Igreja, para uma nova mentalidade».
Esta posição foi assumida pelo Arcebispo Primaz duran­te a conferência que profe­riu na Semana Social, a de­correr no Porto (Casa de Vi lar), até amanhã.
Nesta mesma oportunida­de, o prelado disse que a po­lítica está a viver um momen­to de «profunda desorienta­ção» e que «estamos peran­te uma geração de políticos que nasceu e cresceu no pe­ríodo das grandes ideologias com as suas linguagens e sím­bolos, que hoje está a traba­lhar num mundo postideológico e desencantado, muito diferente e incapaz de com­preender as suas palavras e quase que incapazes de transmitir as ideias em que acreditam»
D. Jorge Ortiga iniciou a intervenção alertando para o facto «que esta crise ecocómico-financeira será longa e a sua duração ultrapassará as previsões dos peritos que a comunicação social trans­mite» indicando, todavia, ser fundamental «encontrar uma luz no fundo do túnel». Porém a crise obriga a uma recentralização na pessoa «para reiniciar um período novo na história», defendeu.
Ainda sobre a atual geração de políticos, D. Jorge Ortiga considera que «a política, ou político, talvez não seja ca­paz de fazer uma verdadeira síntese, de oferecer uma au­têntica leitura do mundo e da história» do tempo atual.
Assim, a Igreja desempe­nha um papel crucial na so­ciedade já que é essencial acreditar «que tudo depen­derá duma hierarquia de op­ções que devem ser criadas através de uma reflexão
con­junta», salientou na sua in­tervenção sobre “Sociedade solidária e a responsabilida­de da Igreja".
Recordou que «a economia é só uma dimensão da polí­tica, um fragmento no meio duma multiplicidade de fa­tores igualmente importan­tes e essenciais», alertando não sabe envelhecer caminha por estradas erradas, como aquela que não compreende e valoriza os verdadeiros jo­vens». E avisa; «a nossa so­ciedade é a primeira que está juntando estes dois erros fatais».
Com o tema “Estado Social e Sociedade Solidária”, na Semana Social - reúne cerca de 300 partici­pantes - D. Jor­ge Ortiga disse ser «utópico pensar numa igualdade efetiva», mas mes­mo conscientes desta situa­ção, não se pode «ignorar a escandalosa desigualdade en­tre seres humanos».
Perante este cenário, o pre­lado recomenda uma ação so­cial baseada «no exercício or­ganizado da caridade». Carida­de que, defende, é «critério de credibilidade da Igreja na sua missão de anunciar o Evange­lho». Esta Semana Social, uma iniciativa que é promovida de três em três anos pela Confe­rência Episcopal Portuguesa, sob a orientação da Comissão Episcopal da Pastoral e Mobi­lidade Humana.
A coordenação desta inicia­tiva está entregue a um gru­po presidido por Guilherme d’01iveira Martins, e compos­to, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugênio Fon­seca, padre José Manuel Pe­reira de Almeida e Joaquim Azevedo.
 In Diário do Minho


 

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