quarta-feira, 28 de novembro de 2012


 

O Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, afir­mou que, apesar de repre-, sentar «um ganho indis­pensável para qualquer sociedade justa, o Estado Social sofre [atualmente] inegáveis abalos, pelo en­fraquecimento da base econômica e financeira que o sustentou».
Na sessão de abertu­ra da Semana Social, que decorre no Porto sob o tema “Estado So­cial Sociedade Solidária”, D. Manuel Clemente con­siderou que para «garan­tir e desenvolver» o Es­tado Social no atual con­texto, «interno e exter­no», é preciso «reforçar a sua base humana», ou seja, «a sociedade soli­dária».
«Nada disto se conse­gue sem ativação políti­ca que não desista do de­bate e da inclusão de to­das as pessoas e corpos sociais e culturais que, em conjunto, procuram e acrescentam o bem co­mum, de todos para to­dos», alertou.
Apontando várias refe­rências da “Caritas In Ve- ritate”, que o Papa Bento XVI escreveu há mais de três anos, o também vi­ce-presidente da Confe­rência Episcopal Portu­guesa (CEP) considerou que o tema em discus­são nesta semana deve­ria ser «reformulado ao contrário, pressupondo uma sociedade solidária para garantir um Estado Social».
«Mas pressupor exige realismo e compromisso, não só idealismo e bons propósitos», disse.
«Requer concretamen- te ter em grande consi­deração o bem comum (...). 0 bem daquele ‘nós todos’, formado por in­divíduos, famílias e gru­pos intermédios que se unem em comunidade social», disse.
Para Manuel Clemen- tè, «esta caracterização papal do bem comum» é uma «importantíssima referência, sobretudo no atual contexto, em que a urgência de soluções ge­rais pode levar a esquecer realidades sociais com- pósitas, que têm que ser respeitadas e envolvidas nas soluções».
0 Bispo do Porto de­fendeu que o «Estado So­cial só se garantirá no fu­turo, internacionalmente também, se as socieda­des forem de facto mui­to mais solidárias», lem­brando que Bento XVI escreve a propósito dis­to que «a atividade eco­nômica não pode resol­ver todos os problemas sociais através da sim­ples extensão da lógica mercantil».
«O desenvolvimento é impossível sem homens retos, sem operadores econômicos e políticos que sintam intensamen­te nas suas consciências o apelo do bem comum», concluiu.
Na mesma abertura,

D. Jorge Ortiga tinha dito que o «povo português merece e precisa de mais» e que a Igreja é chamada a dar respos­tas concretas.
In Diário do Minho de  24-11-2012

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