Coração solidário de Viana começa a
"bater" no Santoinho
Cinco instituições de
solidariedade social do concelho de Viana do Castelo vão receber nos próximos
meses fundos provenientes de eventos culturais e jantares de beneficência no
âmbito da iniciativa "Coração Solidário" promovida pela câmara
municipal. O edil vianense admite que as instituições estão com
"dificuldades".
Márcio Silva
A primeira actividade acontece já
no dia 17 de Novembro, na Quinta de Santoinho, em Darque, com parte do valor da
entrada no arraial a reverter,para os Vicentinos do concelho de Viana do
»€astelo. Para-os quatro meses seguintes, estão agefidadas iniciativas para
apoiar mais quatro instituições e o objectivo é que o projecto solidário tenha
continuidade para além de Março e chegue a outras associações.
O presidente da Câmara Municipal de
Viana do Castelo, José Maria Costa, refere que "as instituições de
solidariedade social estão a ter grandes dificuldades em conseguir responder
aos pedidos de ajuda das famílias e dos utentes que as procuram".
Nesse sentido, a autarquia decidiu
lançar o projecto "Coração Solidário" com eventos mensais para
despertar o "espírito solidário dos via- nenses". "Aproveito pai-
apelar aos vianenses para que participem afectivamente e efectivamente com a
sua presença nos eventos para esgotar os espaços e formar um coração próximo
das famílias", acrescentou o edil de Viana.
Tendo em conta a proximidade do
Natal, as primeiras cinco instituições beneficiadas com este projecto essão
"ligadas à família". Assim, depois do arraial no Santoinho, haverá em
Dezembro (dia 8) uma noite de fado no Teatro Sá de Miranda para apoiar a
instituição Berço de Nossa Senhora das Necessidades. De resto, o Teatro Sá de
Miranda voltará a receber os dois espectáculos seguintes (nos dias 5 de
Janeiro e 16 de Fevereiro). 0 primeiro será uma actuação de tunas a reverter
para o Gabinete de Atendimento à Família e o segundo é dedicado à dança e ajudará
a Cáritas Diocesana. Por fim, a 16 de Março, realiza-se um jantar de
beneficência para a delegação vianense da Cruz Vermelha Portuguesa em local
ainda a definir.
Este projecto tem o apoio das Crdens dos Advogados, Economistas e
Enfermeiros, do Rotary de Viana do Castelo, dos Lions, da Quinta de Santoinho,
entre muitas outras associações, fadistas e músicos.
O presidente dos
Vicentinos de Viana do Castelo, José Esteves, que verá a instituição ser
apoiada ao âmbito de um arraial minhoto agradeceu a
generosidade da Quinta de Santoinho e considera que os fundos que irão resultar
desta iniciativa vão ajudar "a responder às inúmeras carências que batem à
porta dos Vicentinos" e, tratando-se de uma data próxima do Natal,
"vão ajudar a melhorar os próprios cabazes" que a instituição habitualmente
entrega. "Todas as semanas somos contactados por novos pobres, alguns com
nome e outros que pedem sem nome", acrescentou.
0 Berço de Nossa Senhora das Necessidades será outra das instituições
apoiadas e a representante Matilde Arantes considera que o projecto Coração
Solidário "vai valorizar o Natal" das crianças que acolhe. "É
uma época de brinquedos, de família e não queremos que falte algo na nossa
casa, por isso com este apoio vai tornar-se mais fácil", disse.
A coordenadora do Gabinete de Atendimento à Famüia, Isabel Fernandes,
afirmou que se trata de uma "iniciativa importante não só pelo apoio que
irá permitir às famüias mas também pela comunhão que se forma entre as
instituições". "Pode ser uma boa alavanca para começar o ano de forma
positiva. 0 número de pedidos de ajuda tem vindo a aumentar e esta iniciativa
também dá a conhecer o trabalho desenvolvido por diversas instituições",
notou.
0 representante da Cáritas, José Machado, também reconheceu
"dificuldades" em atender a todos os pedidos de ajuda que lhe vão
chegando, revelando que cada vez surgem mais pedidos de pessoas da considerada
"classe média". Esta instituição costuma oferecer brinquedos às
crianças que acolhe e, nesta quadra, gosta de oferecer 'brinquedos novos",
apelando por isso à solidariedade dos vianenses.
A delegação de Viana do castelo da
Cruz Vermelha Portuguesa é mais uma das que atravessam dificuldades e o
representante Amândio Silva usou da ironia para ilustrar isso mesmo. "A
nossa iniciativa é a ultima (16 de Março) e vamos tentar resistir até lá",
declarou, acrescentando que a instituição anda "as voltas para pagar o 13°
mês" e criticando, por exemplo, as alterações efectuadas pelo Governo no
protocolo do transporte de doentes.
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