sábado, 3 de novembro de 2012

O Pai Américo- Obra do Gaiato



Pai Américo nasceu há 125 anos

 

 

 

ESTOU a escrever nas vésperas do dia do seu nascimento. Foi a 23 de Outubro de 1887. Pai Amé­rico está vivo! Sentimos a sua pre­sença actuante em nosso coração. Foi um instrumento admirável do Servo dos servos: O Mestre divino. O testemunho da vida de Pai Amé­rico é um foco de luz a mostrar-nos o caminho do nosso viver diário. Quem dera escutemos a palavra chave da felicidade de cada um de nós: Não nos cansemos de fazer o bem, porque, se não desfalecermos, colheremos no tempo oportuno. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos. Contudo, os mais necessitados devem ocupar o primeiro lugar.

em nossas vidas. A atitude verda­deiramente humana, assumida por Pai Américo, foi uma atitude de “servo”. Aliás, é o caminho seguro, em todas as circunstâncias da vida, quer dos que estão constituídos em autoridade, quer dos cidadãos mais simples. O marido e a mulher que não agem como servos um do outro, o professor que não se considera servo dos seus alunos, o médico que não vê nos seus doentes superiores a servir, como podem desempenhar, com êxito, a missão que lhes está confiada? O exemplo do Mestre divino, que Se fez servo de todos até ao dom da Sua vida, foi o segredo da maravilha da vida de Pai Américo. Quando fez a descoberta do tesouro da sua vocação de servo, não parou mais, até ao desgaste final.

A Obra da Rua é a árvore plantada por Deus no coração de Pai Américo. É uma imagem muito interessante. Os vários ramos desta árvore estão virados para a rua, com o signifi­cado de área social dos mais aban­donados, dos excluídos, dos sem família, sem habitação, etc. O ramo das Casas do Gaiato cobre as crian­ças da rua, sem família, ou tendo-a, vivem como se não a tivessem. Por isso, a definição mais querida da Casa do Gaiato é a Casa de Família dos sem-família. Neste mundo con­creto em que vivemos, Angola, são tão necessárias as Casas do Gaiato! As crianças são multidão. Quem dera não faltassem as vocações com o coração disposto a servir estes filhos! A proposta para a construção de mais Casas do Gaiato foi feita pela Autoridade civil. A resposta não se fez esperar: são necessárias mais vocações para servir até ao dom da própria vida. Outro ramo desta árvore plantada no coração de Pai Américo é o Calvário dos doentes incuráveis, abandonados, sem família. Os hospitais são para os doentes com esperança de cura. Está certo. Mas, quando o doente é incurável e não tem família, para onde vai? Morre na rua, debaixo das árvores ou nos vãos das esca­das. São pessoas que não tiveram uma forma de vida com dignidade humana. Agora, nem para morrer! Quem dera o Calvário, a coroa da Qhfa da Rua que Pai Américo tanto desejou, viesse para Angola! Nem o Estado, nem a Igreja, em Angola, têm a Casa de Família para estes filhos incuráveis, portadores da mesma dignidade que cada um de nós tem. Batem-nos à porta, de vez em quando, mas o acompanhamento não é possível. Outro ramo muito importante é o Patrimônio dos Pobres. As famílias, sem habitação com o mínimo de dignidade, são em grande número. Pai Américo, com o seu coração grande, à medida do coração do Mestre, abraçou estas famílias com muito amor. Deixou- -nos o exemplo e o apelo à vossa ajuda. O jornal O GAIATO é o ramo de alto valor, também, desta árvore. É o canal por onde circula a vida de toda a Obra da Rua, até aos vos­sos corações. Sem O GAIATO não sentiríamos a comunhão convosco.

até à partilha das nossas vidas e dos nossos dons.

Ao celebrarmos os 125 anos do nascimento de Pai Américo, senti­mos que está vivo com o seu teste­munho de vida a ser luz verdadeira, a apontar-nos o caminho certo da nossa realização pessoal. Mais, o caminho único para o renascimento dum mundo novo, ao jeito duma família. Recordo o nosso encontro, nos 21 anos decisivos da minha vida. Jantámos juntos. A palavra era dele. O meu coração escutava. Tinha qua­tro Casas do Gaiato, naquela altura. Só tinha três padres. Encontrei a porta aberta da minha felicidade, neste encontro com Pai Américo. A palavra determinante do Sr. Bispo, que tinha uma grande admiração pela Obra da Rua, veio confirmar o meu caminho. Para ele a Obra da Rua era uma janela aberta, por onde crentes e não crentes viam a verdadeira Igreja como expressão do Amor maternal de Deus para com os mais pobres, os mais caídos da sociedade. Quem dera não faltem estes testemunhos, nos tempos que correm! Que o Processo de Beatificação de Pai Américo, em marcha, dê um passo em frente, por vontade de Deus. Depende de nós, também. Clamemos pela sua ajuda, como intercessor, junto de Deus, das graças necessárias para nós e para os outros.
Pai Américo está vivo!   

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